13 anos depois de assassinado, Sabotage reafirma em incrível disco novo póstumo que rap é compromisso e tem festa no Municipal

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* O Sabotage não deve estar entendendo nada, onde quer que ele esteja, mas não deixa de ser incrível saber que ontem à noite no Salão dos Arcos do Teatro Municipal de São Paulo, um dos endereços mais pomposos da cidade, aconteceu o lançamento do novo disco que leva seu nome, álbum póstumo do rapper brutamente e bestamente assassinado em 2003, aos 29 anos.

Talvez o lançamento de música nacional do ano, “Sabotage”, 11 faixas intensas de tanta personalidade musical e de uma atualidade que não parece nem de longe ter sido gravadas há 13 anos, levou dez anos para ficar pronto entre tretas várias e esmero ímpar de seus parceiros musicais e produtores, Tejo Damasceno e Rica Amabis, do Coletivo Instituto, mais uma outra galera boa no apoio, na linha Daniel Ganjaman, DJ Zegon etc.

O disco, músicas intercaladas por depoimentos de amigos, familiares e parceiros diversos da música sobre sua importância e a saudade, foi colocado na íntegra ontem durante o dia na plataforma Spotify, com a festa no Municipal sendo realizada à noite. E o Salão dos Arcos, onde se deu a homenagem a Mauro Mateus dos Santos, crescido na favela de Canão, no Brooklyn, Zona Sul, é um redivivo espaço nos porões do Municipal, que vai virar um bar para música experimental e erudita. Olha onde o Sabotage foi se meter. Ou ser metido.

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Ele, que hoje é nome de prêmio com chancela da Prefeitura de São Paulo, mas que o Zé Povim queria seu fim e o teve com quatro tiros disparados perto de sua casa numa manhã de janeiro de 2003, foi tudo o que pode incluir num pacote de favela de canto em São Paulo: assaltante, gerente do tráfico, depois rapper, cantor, compositor e ator.

O disco (capa abaixo), que seria e é o terceiro de Sabotage, que à época teve suas gravações finalizadas um dia antes de sua morte, reafirma seu maior lema, de que “rap é compromisso” (nome do segundo disco e um de seus hits), e tem um grande elenco de colaboradores do circuito rapper de São Paulo e além. Instituto, Tropkillaz, Ganjaman, Rodrigo Brandão, BNegão, Negra Li, Dexter, Fernandinho Beat Box, Mr. Bomba, DJ Nuts, DJ Cia, Sandrão, Lakers e Shyheim.

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O original da letra de “Rap É Compromisso” estava pregada ontem nas valiosas paredes tombadas do Municipal, na região dos Arcos.

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O disco novo, póstumo, que pode ser ouvido abaixo, via Spotify, é emocionante.

** A foto que abre o post é de Cesar Schaeffer. A do Sabotage projetado nos Arcos, também deste post e da home, é de Facundo Guerra.

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 18/10/2016
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