A música e o horror. Eagles of Death Metal, Paris e o terrorismo

A música e o horror. Eagles of Death Metal, Paris e o terrorismo Foto: divulgação

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Banda Eagles of Death Metal em ação no Bataclan, sexta, em Paris, momentos antes de o lugar sofrer um ataque terrorista que fez centenas de vítimas

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* E não é que nosso mundinho de música independente, pop, rock, de garagem, ligado ao grunge, ao deserto da Califórnia, foi devastado na sexta à noite com cenas de horror que aconteceram em Paris, e deu tétrica fama mundial ao grupo Eagles of Death Metal? No clube Bataclan, tradicional reduto de shows da capital francesa que certamente teria muito leitor da Popload vendo a banda lá se esse leitor estivesse em Paris no momento. A banda saiu ilesa, fisicamente falando. Cerca de 90 pessoas que viam o show morreram, sob tiros da intolerância de outras esferas, mais complicadas. O fato terrível em si, mais a reação geral da música contra extremismos de tal ordem, nos mostrou o seguinte nas últimas horas:

* Quando o indie encontrou o extremismo islâmico. O momento em que o show do Eagles of Death Metal foi interrompido a tiros no Bataclan.

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Coincidência macabra, os tiros terroristas começaram quando a banda tinha acabado de tocar a cover “Save a Prayer”, do Duran Duran, e estava no meio de “Kiss the Devil”…

* Entre os mortos, na platéia, muitos membros da indústria musical, que estavam no Bataclan sold-out (1500 pessoas, tipo um Cine Joia lotado) para ver o show francês do badalado novo álbum da banda de Jesse Hughes (e de uma certa forma também banda de propriedade de Josh Homme, do Queens of the Stone Age, que não excursiona com o grupo, mas participa do álbum e de algumas apresentações ao vivo). Algumas das vítimas:
– Nick Alexander, 36 anos, integrante da equipe do EODM, foi atingido ao cuidar da mesa de merchandising oficial da banda, por estar vendendo camisetas, vinil, CD e pôster, no Bataclan.
– Guillaume Decherf, 43 anos, destacado jornalista de uma das revistas de música mais legais do mundo, a “Les Incrockuptibles”, onde ele trabalhava desde 2008. Decherf recentemente fez a crítica do novo álbum do Eagles of Death Metal para a revista.
– Thomas Ayad, 34 anos, francês, e gerente de produtos internacionais da Mercury Records, divisão da Universal Music que tem o EODM em seu cast para lançamento na Europa. Ayad estava com dois amigos da gravadora na hora do show. Ambos também morreram.

* A banda U2 tinha show grande a ser realizado em Paris no sábado. Obviamente cancelaram. Os quatro da banda foram no dia seguinte próximo ao Bataclan para depositar flores num memorial que fizeram às vítimas do clube. Em tributo às vítimas dos atos terroristas na capital francesa, em especial ao ocorrido no Bataclan, postaram um trecho de letra do Eagles of Death Metal no Instagram, da música “How Can a Man With So Many Friends Feel So Alone”, assinado por todos do U2.

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* O Motorhead ia tocar em Paris no domingo e cancelou. Transferiu para janeiro. O Foo Fighters, hoje, segunda. Não vai rolar. O Coldplay ia fazer um show para transmissão on line para o mundo todo, direto dos EUA. Desistiu, em razão dos eventos terroristas em Paris. A banda americana Deftones ia tocar exatamente no Bataclan, ontem e hoje. Desnecessário dizer que…

* A rainha pop Madonna parou seu show do sábado em Estocolmo, na Suécia, para chorar pelo que ocorreu em Paris. Depois fez um discurso poderoso, onde disse que não tinha vontade de estar lá cantando coisas alegres, mas que “They want to shut us up. They want to silence us, and we won’t let them. We will never let them”.

* O Coldplay abriu seu concerto sexta à noite em Los Angeles (já era sábado de manhã em Paris) com uma cover do hino pacificador “Imagine”, clássico de John Lennon.

* Em seu show no Morumbi, São Paulo, sábado passado, o Pearl Jam apresentou a mesma canção de Lennon. Antes de tocá-la, no primeiro bis, Eddie Vedder discursou por Paris em português.

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