CENA: Belo Horizonte está QUENTE, com o novo festival mais peculiar do Brasil

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A CENA brasileira está fervendo e não é de hoje, a gente tem acompanhado (e mostrado) aqui. Só na parte de festivais indies, que abarrota o calendário anual do país com cerca de 60 eventos de todos os jeitos e tamanhos e lugares, nos faz dizer que nunca antes na história deste país tivemos algo parecido.

Se você acha um entusiasmo exagerado, olha ao seu redor. No final de semana passada tivemos outra edição do urbano e de “nacionalidades estendidas” Balaclava Fest e do incrível e politizadíssimo Se Rasgum, do Pará, que bota banda e DJs para tocarem até em beira de rio. Nesta semana teremos o Popload Festival, que carrega tintas nas atrações internacionais mas mistura estações e inventa moda para tirar esse já enorme indie nacional de sua zona de conforto. No paralelo, em Recife, o importante e sempre charmoso No Ar Coquetel Molotov faz 15 anos e leva de novo sua forte programação de duas dúzias de bandas a um campo de golfe com 25 mil árvores, nas cercanias da cidade.

Ainda neste novembro, na outra semana, o colossal Festival DoSol, em Natal, carrega o indie para a praia, ao mesmo tempo que, em Feira de Santana, o Feira Noise integra as artes baianas todas com uma penca de bandas grandes ou “grandes”, de Boogarins a Scalene. Sem contar o multifacetado MECA, que arma shows híbridos em museu mineiro, fazenda gaúcha (semana passada) e fábrica paulistana (daqui dez dias).

Daí que BH quer seu lugar ao sol neste novembro chuvoso (aqui na capital mineira) e recebe hoje a primeira edição do Festival Música Quente, primeiro evento deste porte da produtora Quente, que também é agência de bandas e selo de discos.

Um dos principais agitadoras da boa cena mineira independente contemporânea, a Quente evoluiu de uma noite mensal no clube Autêntica, que conduz faz cinco anos, para um festival que tem até atração internacional, como o grande grupo americano Built to Spill, o headliner do festival.

A banda jazzy paulistana Metá Metá e a pós-pós-pós-punk Rakta, também de SP, dividem ainda o line up com dois mineiros queridos: o grupo Young Lights e um mais veterano, o Câmera, este ressuscitando de uma dissolução para fazer um show único e especial no Música Quente.

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O quente do Quente, além das bandas, é o formato e os locais onde acontecerão o festival. O de hoje à noite, a partir das 20h30 com o Young Lights, terá lugar no “clube social de gente rica” Automóvel Clube, imponente instalação neoclássica quase centenária do centro de Belo Horizonte. Que nunca teve um show de rock em suas instalações e hoje, em dois salões (veja ambos nas fotos acima), vai ouvir a guitarra indie soar. Detalhe: pelo estatuto do clube, não pode ir de bermuda ao festival. Se fosse em São Paulo esse Música Quente, assim, metade do público ficaria do lado de fora, hehe.

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Este do Automóvel Clube é aberto ao público. Só que…

Amanhã, sexta, o Música Quente continua, só para convidados, em um prédio de apartamentos não muito longe dali. Com shows em três apês diferentes. De cima para baixo. O grupo Teach Me Tiger toca num dos lares indies, depois a galera vai ver o El Conejo alguns andares abaixo e por fim a galera convidada desce mais para conferir o Confeitaria se apresentar.

Ouvi falar que neste prédio-festival, que por motivos de não provocar tumulto vai ficar sem ter seu nome divulgado, já acontece, mês sim mês não, um show de covers de Radiohead. Pensa.

Que belo horizonte para o indie brasileiro! E a Popload está na cidade para conferir esse Quente todo!

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 08/11/2018
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