CENA – Gustavo Bertoni quer conversar. Senta aí e escuta “Sit Down, Let’s Talk”

CENA – Gustavo Bertoni quer conversar. Senta aí e escuta “Sit Down, Let’s Talk” Foto: divulgação

1 - cenatopo19

* Para além do Scalene, o cantor Gustavo Bertoni chama hoje para uma conversa sonora com o lançamento de “Sit Down, Let’s Talk”, mais um single com vídeo de seu próximo disco solo, “The Fine Line between Loneliness and Solitude”, que sai aos streamings no mês que vem.

A canção, absurdamente boa (alô, Top 50 da CENA!), cantada em inglês como o título indica, cria um clima de calmaria num quase sussurro e um caprichado inglês pausado para uma conversa, mesmo, “um espaço de fala e escuta”, segundo veio o informe sobre a música. Inclusive se, no caso, o papo seja entre você e você mesmo, um “apelo a auto-reflexão”.

Não é de hoje que a voz de Bertoni na sua versão delicada funciona sublime em cima de violões dedilhados, marca de sua persona solo folksy. Aqui, em “Sit Down, Let’s Talk”, ela vai mesmo a fundo, principalmente quando entram alguns noises eletrônicos comportados e precisos, que levam a “conversa proposta” para um outro lugar, nunca incômodo.

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O vídeo, criação dentro de isolamento de pandemia, traz imagens urbanas e de mar, gravadas por drone em São Paulo e Rio. Cenas de passagem do tempo no céu ou em prédio. Amanhecer, anoitecer. Apartamentos acendendo e apagando luzes. Resultado visual contemplativo tão bonito quanto o vídeo anterior, de “Waves”, outra faixa do próximo solo, gravado em Berlim.

No final do vídeo de imagens externas, o próprio Bertoni tem uma aparição “interna” hitcockiana, de dentro de um apartamento, mexendo num computador e a cidade no fundo, como se fosse ele que estivesse manipulando dia e noite, claro e escuro, luzes e apagões.

“Quem me dera hahaha. Gostei dessa interpretação”, ele disse à Popload. “Acho que quis me inserir dentro dos espaços mostrados de longe/de fora durante o vídeo. Mostrar o ‘lado de dentro’, de onde as cenas de celular que gravei estavam vindo”, continuou explicando sua “ponta”.

“A música e o vídeo tratam de espaços vazios – físicos e internos. O diálogo com outros e com nós mesmos, sem pressa ou constrangimento, precisa desses espaços. Tem a ver com tentarmos nos ouvir no meio de tanto ruído.”

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* A foto de Gustavo Bertoni que está na home da Popload, chamando para este post, é de Lari Balsells.

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