Com câncer, Morrissey avisa: “Se eu morrer, morri”

Com câncer, Morrissey avisa: “Se eu morrer, morri” Foto: divulgação

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Morrissey flagrado enquanto ser humano normal andando pelas ruas de Lisboa, no último sábado

“Só vou descansar quando morrer.” É com frases dessa envergadura dramática que o maior britânico vivo Morrissey voltou aos holofotes após entrevista ao jornal espanhol “El Mundo” e seu primeiro show em meses na noite de ontem, em Lisboa, Portugal.

O cantor, que nos últimos dois anos cancelou diversas apresentações ao vivo ao redor do mundo, incluindo o Brasil, falou abertamente pela primeira vez que está tratando de um câncer, sem dar mais detalhes. “Os médicos já rasparam tecidos cancerosos em quatro oportunidades, mas quem se importa? Se eu morrer, eu morri. Se não morrer, então não morri. Agora mesmo me sinto bem. Sei que não tenho saído bem nas fotos, mas isso é efeito de ter uma doença, faz parte. Não vou me preocupar com isso e só vou descansar quando morrer”, disse à publicação espanhola.

Ele, que lançou seu décimo disco de estúdio “World Peace Is None ff Your Business” em julho passado, cancelou ao menos três turnês desde janeiro de 2013 por problemas de saúde, que foram de úlcera hemorrágica a intoxicação alimentar. A ventilada aposentadoria, bastante reverberada aqui na Popload, foi ideia dos médicos e Moz disse ter “considerado a hipótese”, mas que desistiu ao pensar que se apresentar ao vivo é algo que está “enraizado” em sua vida.

“Estou em uma idade em que não deveria fazer música. Muitos compositores da música clássica morreram aos 34 anos [Moz tem 55]. E eu ainda estou aqui, ninguém sabe o que fazer comigo. O público que eu tenho é muito jovem, o que me leva a pensar que as canções dos Smiths, como acontece com as dos Ramones, são mais importantes hoje do que eram antes.”

Indagado se pensava em alguém quando precisa expressar seu ódio, desconversou. “Não odeio ninguém. Sou um homem amável e sensível. (…) Com sorte vou poder parar de cantar para sempre, o que faria muitas pessoas felizes”, falou. Por outro lado, disse estar “feliz sozinho”: “Não tenho necessidade de vida social. E, se você não tem vida sexual, como é o meu caso, é impossível lidar com as pessoas, porque todos só falam de sexo”.

O papo sereno não é mesmo quando o assunto foi pautado em sua saída da Harvest Records. De acordo com o ex-líder dos Smiths, o empresário Steve Barnett não curte muito a ideia de artistas opinarem sobre seus trabalhos. “Seu ego parece ser mais importante que o bom funcionamento da empresa”.

No show de ontem em Lisboa, toda a banda de Morrissey vestiu camisetas com os dizeres “Fuck Harvest”, em alusão ao ocorrido. Os “protestos artísticos” foram inúmeros. O cantor inglês pediu para que os fãs rabiscassem todas as peças publicitárias do McDonalds espalhadas pela capital portuguesa. “Podem escrever ‘Shit Shit Shit’ ou ‘No No No'”, disse, enfático, antes de mandar a clássica “Meat Is Murder”, canção com quase 30 anos de vida que melhor sintetiza o amor de Morrissey pelos animais e o repúdio como eles são transformados em “alimentação humana”.

Morrissey baseou bastante de seu setlist de 19 músicas em canções de seu álbum mais recente. Mas abriu com a apresentação com “The Queen Is Dead” e a encerrou com “First of the Gang to Die”.

Esse foi o primeiro show do cantor desde junho, quando precisou abandonar pela metade uma extensa turnê pelos Estados Unidos. Agora, Morrissey tem shows marcados até o início de dezembro. As próximas apresentações serão na Espanha (quinta agora em Madrid e um dia depois em Barcelona).

Abaixo, uma galeria de fotos do concerto em Lisboa publicadas pelo portal português “Blitz”, o setlist, vídeos e a agenda dos próximos compromissos de Moz (que a gente torce para que seja cumprida).

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* Morrissey em Lisboa, 06/10/2014, setlist
The Queen Is Dead
Speedway
Certain People I Know
The Bullfighter Dies
Kiss Me a Lot
I’m Throwing My Arms Around Paris
World Peace Is None of Your Business
Istanbul
Neal Cassady Drops Dead
Earth Is the Loneliest Planet
Trouble Loves Me
Kick the Bride Down the Aisle
One of Our Own
I’m Not a Man
Hand in Glove
Meat Is Murder
One Day Goodbye Will Be Farewell

Bis:
Asleep
First of the Gang to Die

* Morrissey – agenda
Oct. 9 Madrid – Barclaycard Center
Oct. 10 Barcelona – Palau Sant Jordi
Oct. 13 Rome – Atlantico
Oct. 14 Rome – Atlantico
Oct. 16 Milan – Teatro Linear
Oct. 17 Bologna – Paladozza
Oct. 19 Pescara – Pala Gpii
Oct. 21 Florence – Obihall
Oct. 22 Padova – Gran Teatro Geox
Oct. 24 Vienna – Konzerthaus
Oct. 27 Paris – Grand Rex
Oct. 28 Utrecht – TivoliVredenburg
Oct. 31 Lyon – Le Radiant
Nov. 2 Lausanne – Les Docks
Nov. 3 Basel – Event Hall Messe
Nov. 5 Hannover – Capitol
Nov. 8 Lund – Sparbank Arena
Nov. 9 Copenhagen – Falconer
Nov. 11 Gothenburg – Lisebergshallen
Nov. 13 Stockholm – Hovet
Nov. 15 Helsinki – Finlandia
Nov. 16 Helsinki – Finlandia
Nov. 19 Warsaw – Stodola
Nov. 21 Krakow – Laznia Nowa
Nov. 23 Berlin – Columbiahalle
Nov. 24 Essen – Colosseum
Nov. 26 Antwerp – Stadsschouwburg
Nov. 27 Antwerp – Stadsschouwburg
Nov. 29 London – O2 Arena
Dec. 1 Dublin – 3Arena
Dec. 5 Athens – Tae Kwon Do Arena

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 07/10/2014
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