Crítica absoluta e definitiva: “The New Abnormal”, o novo Strokes

Crítica absoluta e definitiva: “The New Abnormal”, o novo Strokes Foto: divulgação

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* Só os Strokes mesmo para me fazer voltar a escrever uma “crítica de disco”.
Algo que eu já fiz muito na vida, umas 5 milhões de vezes, até que uns 10 anos atrás para mais me toquei o quão bizarro é você dizer “verdades definitivas” de uma obra, dar notas e tal, se essas verdades podem não ser honestas para quem lê, honestas com a banda ou artista analisados e até com você mesmo.

Tudo porque um álbum, no caso, tem a ver com o quanto você está envolvido historicamente com o autor dele ou não, qual “gatilho sentimental” o disco dispara em você ou não, o quão é importante para a cena em que você e o disco em si habitam. Ou não. As variáveis são tantas que não valem a pena.

Não valem se o disco em questão é esse “The New Abnormal” e a banda a ser focada se chama The Strokes, com todos os gatilhos emocionais, história no indie rock e honestidades artísticas envolvidas.

Porque uma coisa é ouvir um álbum que você vai dizer se gosta ou não. Outra coisa é você ViVER o álbum, viver a banda, viver o contexto.

Para começar, com tudo acima na cabeça, o veredito é direto. Se “The New Abnormal” for comparado aos três primeiros discos da banda de Nova York que trouxe sanguinho novo para o indie no comecinho dos anos 2000, pobre disco novo.

Agora, se “The New Abnormal” for colocado na perspectiva dos 10 últimos anos do grupo de Julian Casablancas, com tudo no pacote (com muitos shows mornos intercalando algumas apresentações oks e outras poucas ótimas, carreiras paralelas instáveis de seus integrantes e principalmente os dois últimos álbuns desastrosos), o disco é muito bom. Ótimo para estes tempos (tirando o nome “feliz”), excelente para as atividades caseiras da quarentena, talvez perfeitas para suas principais músicas serem tocadas ao vivo, embaralhadas aos HITS e não deixando a vibe nostálgica cair (sabe a “música para ir pegar cerveja?”. E principalmente ótimo para uma época de poucos discos ótimos que vivemos.

Aliás, tem um exercício interessante quando “The New Abnormal” é escutado no Spotify, por exemplo.

Quando o disco novo acaba e você deixa a coisa rolando, o Spotify passa a tocar diretamente as músicas antigas e, mesmo apreciando “Abnormal”, a realidade vem bater na nossa cara.
Algumas das vezes, entrou por exemplo “12:51”, de 2003, que nem é das melhores que os Strokes fizeram.

E você passa a desejar que uma música como essa, a “12:51” que eu estou falando, estivesse no disco novo. Mas não tem.

DITO TUDO ISSO, segue agora minha crítica absoluta e detalhada do novo disco dos Strokes, despida de qualquer pré-conceito e com um distanciamento social/emocional dele. Lá vai…



Eu adorei!

Obs1: Tá. Quando eu falo de “carreiras paralelas de seus integrantes”, vamos dar um mérito louvável ao baterista Fabrizio Moretti, que esteve no Little Joy, banda fofinha. E a vida solo do guitarrista Albert Hammond Jr foi/é digna, embora esquecível.

Obs2: Claro, minhas músicas favoritas de “The New Abnormal”. A primeira, “The Adults Are Talking” pelo pique Strokes lindo e pelo recado no nome que define essa história de “os Strokes não são mais a banda de antigamente; “Bad Decisions”, a música do Billy Idol; e a falsetada “Eternal Summer”, de mais de seis minutos de duração, para mim a melhor de todas, a mais “diferente” sendo os “Strokes de sempre”.

Menções honrosas aos wah wahs da preguiçosa e ainda assim gostosa “Why Are Sunday’s So Depressing e “”Not the Same Anymore”, que pode ser encarada como uma devolução da homenagem que o Alex Turner fez no último disco do Arctic Monkeys, quando disse “I just wanted to be one of the Strokes”, a frase inicial da música inicial do álbum. Porque essa “”Not the Same Anymore” tem drama cantoral suficiente para estar no “Tranquility Base Hotel & Casino”, embora tenha uma boa parte sujinha.

Obs3: Quer estrela ou nota? É assim: 3,5 de 5. Às vezes pende ao 4. Às vezes pende ao 3. Depende dos dois primeiros parágrafos deste post.

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 13/04/2020
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