Em entrevista histórica, Eagles of Death Metal fala sobre o terror em Paris pela primeira vez

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Quase duas semanas após os ataques terroristas em Paris, foi divulgada a primeira entrevista com a banda Eagles of Death Metal, que se apresentava na casa de shows Bataclan, local mais atingido pela barbárie, onde quase 90 pessoas foram mortas por terroristas que entraram atirando contra todos na casa de show na noite de 13 de novembro.

A entrevista foi concedida para a cultuada revista VICE e dura quase meia hora. Bastante abalados, Jesse Hughes e os demais integrantes da banda relataram os momentos de angústia, tensão e terror que viveram, assistindo a tudo de cima do palco.

“Várias pessoas se esconderam no camarim e os assassinos conseguiram entrar e matar todos eles, exceto um jovem que se escondeu por baixo da minha jaqueta de couro. As pessoas se fingiram de mortas e estavam muito assustadas. Uma razão plausível para tantos terem sido mortos foi porque muitas pessoas não quiseram abandonar seus amigos. Muitas pessoas se colocaram à frente das outras”, disse o vocalista.

“Achei que fosse algum tipo de problema de som, mas logo percebi que não era isso e vi os atiradores. Neste momento, o Jesse correu em minha direção e ficamos no canto do palco. Não sabíamos se eles estavam mirando na gente ou sequer o que estava acontecendo. Um dos atiradores ficou sem munição, daí quando ele recarregou a arma, o Jesse olhou para mim e falou: ‘vamos!’. Foi aí que saímos do palco”, contou o guitarrista Eden Galindo.

De acordo com Eden, Jesse logo procurou por sua namorada, que estava filmando o show e mostrando para os fãs pelo aplicativo Periscope. “Subimos as escadas e fomos para o camarim para tentar achar a Tuesday [namorada de Jesse]. Ela não estava lá. Então voltamos correndo porque vimos o atirador lá em cima. Descemos as escadas e saímos por uma porta lateral que dava em uma pequena rua. Os fãs nos viram e nos ajudaram, foram todos muito solícitos, tipo ‘venham por aqui'”.

Julian Dorio, o baterista que se escondeu atrás do instrumento, lembrou também dos momentos de pânico. “Vi dois deles atirando de forma implacável contra o público. O tiroteio durou de 10 a 15 minutos, até que houve uma explosão”.

A íntegra da entrevista, em inglês, pode ser vista no vídeo publicado pela VICE.

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