Grimes cria sua própria versão virtual, inventa o techno-feminismo e se inspira até em Oasis em seu novo álbum

Grimes cria sua própria versão virtual, inventa o techno-feminismo e se inspira até em Oasis em seu novo álbum Foto: divulgação

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Um dos álbuns mais aguardados de 2020, “Miss Anthropocene”, o novo da cantora inventiva Grimes, foi lançado nesta sexta-feira.

Primeiro disco da canadense desde “Art Angels”, que saiu lá em 2015, “Miss Anthropocene” chega cercado por uma linha de raciocínio um tanto pitoresca da cantora.

Na visão de Grimes, o disco meio que propõe a existência de uma “Deusa da Mudança Climática”, em que ela aproveita o lançamento para apresentar seu alter-ego e avatar WarNymph, uma espécie de “versão Gorillaz” dela mesma.

Esse alter-ego tem até um avatar representativo, que nasceu “bebê”, está no momento está em sua fase “adolescente”, e vai evoluindo. Mais que um projeto futurístico tipo um Gorillaz, a ideia da cantora é separar por completo a sua vida real da digital. Chegamos assim ao ponto principal da viagem.

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O que Grimes quer é, além de se afastar do ambiente tóxico das redes, continuar a “existir” virtualmente (e a trabalhar) enquanto passa pelos últimos estágios da gravidez e durante os primeiros meses de maternidade (esta real).

Tudo isso foi abordado pela própria em matéria especial da revista The Face. Na capa, em vez da Grimes, quem apareceu foi justamente a… WarNymph. Ela pousou para a capa e recheio da revista, vestindo a luxuosa marca Balenciaga.Tá?

Fotos: The Face
Fotos: The Face

A versão 3D da Grimes foi desenvolvida pelo jovem artista de apenas 24 anos, Dylan Kowalski, e a foto do post é via The Face

Vale ressaltar, também, que Grimes tem utilizado bastante o termo “holograma” em suas entrevistas. Mas não tem dado pistas sobre execuções desse possível avatar.

O fato de Grimes ter criado um alter-ego para poder ser mãe em paz também foi batizado pela própria: “techno-feminismo”.

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Depois de toda essa viagem, voltando ao disco. “Miss Anthropocene” tem 10 músicas novas no total, entre elas “Delete Forever”, que tem ligação direta com o… Oasis. Além do nome ser uma oposição a “Live Forever”, clássica faixa presente no disco de estreia da banda de Manchester, o incrível “Definitely Maybe”, “Delete Forever” tem uma introdução bem “Wonderwall”, admitida pela própria cantora.

“Tive muitos amigos que realmente morreram. Em particular, um amigo quando eu tinha 18 anos faleceu de complicações relacionadas ao vício em opióides. É como se os artistas continuassem morrendo e outras coisas, então eu escrevi essa música na noite em que Lil Peep morreu ou o que for, porque eu fiquei super, super incomodada por isso”, disse a cantora ao Zane Lowe, em programa na Beats 1.

“Foi definitivamente uma situação em que eu peguei a música, fiz a música e passei meses tentando. Quando estávamos mixando, no último minuto, eu literalmente fui aos 800 arquivos e pensei em como excluir, excluir, excluir, excluir, excluir. Eu estava tentando ser mais Patsy Cline ou algo assim, tentando ser mais country, mas eu sinto que acaba tendo esse tipo de vibração estilo ‘Wonderwall’. Há uma razão para a música ser tão popular. Essa música comanda”, complementou.

“Miss Anthropocene” pode ser conferido abaixo e ser trilha do seu Carnaval.

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 21/02/2020
Tags grimes
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