Lemonindie: o refresco de Beyoncé com Vampire Weekend, YYYs, Father John Misty, Diplo, Animal Collective e até Jack White. Hã?

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* Está pensando que é refresco? Se não está fácil para a Beyoncé e para o Jay-Z, imagina para o resto da humanidade.

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Um dos álbuns mais pessoais da carreira de Beyoncé, “Lemonade”, lançado ontem, trata de traição a empoderamento feminino. Passa por raiva, descrença, vingança, perdão. É tanta mensagem em um trabalho só (e ainda pouco acessível, longe do streaming, só no iTunes. A não ser que você exista no mundo do Tidal) que precisaríamos de 23 posts só para analisar as referências. E mais uns 12 para comentar a longa e estrelada lista de artistas creditados.

Mas se tratando de Beyoncé, a DR explícita e bombástica vem em forma de álbum-visual-conceito. “Lemonade”, o projeto e também seu sexto disco, foi lançado com um aguardado vídeo no canal HBO, na mesma noite de estreia da sexta temporada de Game of Thrones. Sinta a auto-confiança de quem não precisa se preocupar com dragões e Lannisters (dizem que o último episódio de Girls, que também vai ao ar aos domingos na HBO, teve que ser antecipado para a semana passada por causa de Lemonade). Até aí, nada de muito incomum para alguém do porte dela.

Das anedotas/mistérios que surgiram entre ontem e hoje (!), talvez a que mais nos interesse seja a que estranhamente envolve Karen O, Father John Misty, Ezra Koenig, do Vampire Weekend, e Diplo, creditados na música “Hold Up”, ao lado de Soulja Boy e outros.

O susto foi tão grande (e as suposições tantas, POIS: Twitter) que Koenig precisou explicar nas redes sociais de onde teria surgido a tal “parceria”. Vamos resumir aqui, mas a sequência de tweets original segue logo abaixo. Em 2011, Koenig fez um singelo tweet trocando um trecho da letra de “Maps” (2003), do YYYs, que dizia “Wait, they don’t love you like I love you”, por “Hold up, they don’t love you like I love you”. Pois bem. Um dia, em 2014, produzindo em um estúdio na companhia do Diplo (!!), ele mostrou o trecho e incluiu uma outra sequência de frases com o mesmo tema do Maps. Diplo achou que a música tinha tudo a ver com Beyoncé (!!!) e daí, corta para 2016, a música está lá e o Ezra também, porque segundo ele, “músicas viram tweets e tweets viram músicas”, simples assim.

E então, temos Father John Misty, que quando acordou e se deparou com a repercussão da coisa, foi mais irônico e deu uma versão fake para a sua contribuição no projeto e outra real (mas não menos surreal) . A real, veja, inclui uma Beyoncé dançando na lateral do palco durante um show dele no Coachella, no ano passado. Foi nesse mesmo dia que o cantor descobriu que estaria no álbum LEMONADE. Sim, um ano atrás!

Em nota, ele explica que um ano e meio antes uma amiga mostrou suas músicas para a cantora, que estava procurando colaboradores. Ela curtiu e Father John Misty recebeu um trecho, ainda demo, de “Hold Up”, a mesma que estava sendo “trabalhada” por Ezra & Diplo. Empolgado, fez uma melodia, escreveu um refrão e até cantou em cima. Demo enviada e ele nunca mais ouviu falar nisso até saber pela própria cantora que sua contribuição havia sido muito bem recebida. E que ficou assim finalizada.

Já o Animal Collective entra no grupo de pessoas que foram listadas porque algumas de suas ideias ou frases (ou tuítes) aparecem em Lemonade, cujas canções são uma salada mista livremente inspirada em centenas de outros trabalhos. Levando-se em consideração o tempo que o disco levou para ficar pronto, o time de advogados de Beyoncé soube direitinho o que fazer para evitar qualquer tipo de processo nesse sentido.

A explicação dada pelo Animal Collective aqui é que “6 Inch”, que tem participação de Weeknd, possui elementos de “My Girls”. Beyoncé diz na letra “She too smart to crave material things” e na letra original da banda está como “I don’t mean to seem like I care about material things”. Já Jack White aparece nos créditos de “Don’t Hurt Yourself”, que contém samples de “When the Levee Breaks”, do Led Zeppelin. E o disco reserva ainda participações de James Blake (“Forward”) e Kendrick Lamar, na belíssima “Freedom”.

A pergunta é inevitável: o lado indie da Beyoncé desabrochou?

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 26/04/2016
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