Metendo as duas mãos na cumbuca política brasileira, Roger Waters faz em SP o que se esperava dele: um show histórico. Mesmo!

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* Quer dizer: nem todo mundo esperava, parece. Muitas vaias, muitos aplausos e algumas brigas marcaram o final do show do politizadíssimo músico inglês Roger Waters, um dos fundadores da politizadíssima banda Pink Floyd, ontem em São Paulo, no Allianz Parque lotadíssimo. Foi o primeiro concerto dos oito que Waters fará no Brasil e atingirá outras SEIS cidades brasileiras com a tour-comício nacional-internacional “Us + Them”. Nesta quarta à noite, a apresentação no Allianz se repetirá. Espere mais polêmica.

Num país polarizado entre os que vão votar em Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, sobrou para o último, o grande favorito. Em meio a suas boas músicas solo escolhidas para o show e as históricas canções de sua famosa ex-banda que foram tocadas, Roger Waters pesou sua mão contra o candidato que é considerado neofascista e simpático às ideias da governância pelas armas e pelo militarismo.

Trump, Le Pen, Putin, Orban na Hungria, Kurz na Áustria, Farage no Reino Unido, Kackzynski na Polônia e… Bolsonaro no Brasil. Em uma imagem projetada no telão durante a apresentação, Waters alerta para a ascensão neofascista no planeta e lista todos os nomes citados, fechando com um dos candidatos à presidência brasileira.

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Imagens do telão espetacular de Roger Waters ontem no Allians. Vaias e aplausos e brigas

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O caldeirão ferveu: gritos de “Ele Não” e “PT Não” divididos resgataram imediatamente a vocação de uma praça de futebol do Allianz Parque, como se tivessem jogando Palmeiras x Corinthians com as torcidas de ambos presentes em números parecidos. Houve briga na pista premium. Simpatizantes de Bolsonaro saíram antes de o show acabar, xingando muito o artista inglês de 75 anos. Principalmente na hora em que a frase-mantra da internet “#Ele Não” surgiu no telão, perto do final da apresentação, num momento em que, em discurso, Waters pregava igualdade.

Agora, sejamos razoáveis num momento em que a razão parece estar em falta: obviamente isso ia acontecer. Tanto Roger Waters quanto sua ex-banda gigante fazem desde os anos 70 shows marcados pela “Resistência”. Quão surpresa foi o que aconteceu ontem?

E ainda tem mais sete shows em terras brasileiras de Waters. Em sete cidades, incluindo o repeteco paulistano de hoje. O penúltimo deles acontece no dia 27, na “simbólica” Curitiba, na VÉSPERA DA ELEIÇÃO, terra que teve já no primeiro turno 62,13% dos votos para o candidato “atacado” por Roger Waters. O que ainda vai acontecer nessa turnê, que termina no dia 30 em Porto Alegre, já com a presidência “resolvida”?

Ah, teve a política mas teve também o telão mágico e horizontalíssimo, 20 metros de altura, 60 metros de comprimento. O maior painel de leds do showbis mundial, com 750 metros quadrados da lampadinha. E o impressionante som surround de estádio, que fazia as pessoas olharem para trás, às vezes assustadas.

E TEVE A MÚSICA, também, afinal de contas. Essa, você vê abaixo, em variados vídeos de galera.

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* Fotos: Reprodução da internet.
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Postado por Lucio Ribeiro   dia 10/10/2018
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