O fenômeno Nick Cave leva morte, religião e dor ao pop. E o pop está adorando. Mais as melhores fotos de fãs do Nick Cave que você vai ver até outubro

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* Começou ontem, na Noruega, o enorme festival Bergenfest, em Bergen, atualmente um dos maiores eventos de música de uma Europa abarrotada de grandes eventos de música. Principalmente no verão. O Bergenfest, que vai até sábado, está esgotadão. Os ingressos que restam em sites de revenda, poucos, estão sendo disputados a tapa na internet. E o que dizem por lá é que o sold-out e essa loucurinha em torno da edição deste ano do evento se dão por conta de um de seus headliners, atração de HOJE: Nick Cave and The Bad Seeds.

É um pouco improvável tudo isso que está acontecendo com Nick Cave, mas completamente lindo. Ele de repente saiu de algum lugar entre o “cult” de nichos e a “atração para adultos” em um mundo musical pós-adolescente e de blogueiros para o status de POPULAR. Porque o que Nicholas Cave canta não é fácil. Teoricamente não é para ser popular. Sua música, seus shows, suas letras são vastamente emocionais. Fala de amor nunca de um jeito simples e de morte e religião.

Essa comoção que vemos no festival norueguês foi a mesma em Londres, no último All Points East, há pouco mais de uma semana, festival no east side de Londres em sua primeira edição, mas que já pede para ser o novo grande festival do calendário britânico (tive a abençoada oportunidade de estar lá).

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Foi assim também, pelas leituras e relatos de amigos, no gigantesco Primavera Sound de Barcelona e do Porto, há poucos dias. Tem sido assim, e assim parece que vai continuar sendo, porque o número de festivais de verão na Europa em que o cantor australiano e sua excepcional banda vão participar beira 20. Para depois desembarcar na América Latina, em outubro, para mais uma febre latente.

((O show do Brasil, 14 de outubro, pelo Popload Gig thankyouverymuch, teve uma performance de venda arrasadora. Vendeu um absurdo, mas ainda tem. Para os que não compraram, considerem essa existência de ingresso uma ação divina das chances. Não perca.))

Sem querer entrar na onda do “Eu eu eu” vigente, me considero um pouco experiente quando se trata de shows, festivais etc. Encontro de facilidade e felicidade de há muitos anos trabalhar com isso, tornar isso algo “profissional”. Já vi algumas coisas para mim marcantes, na linha Nirvana no Reading, primeiro Radiohead no velho Coachella, Beastie Boys na França, Portishead no Primavera Sound, Strokes no Cais do Porto no Rio, White Stripes num barro de bar em Foz do Iguaçu, Arctic Monkeys e o primeiro show deles no Sxsw, Rapture no Cine Joia, Oasis em Estocolmo, Daft Punk com Yeah Yeah Yeahs com TV on the Radio no Tim Festival, Los Pirata na Vila Madalena.
A lista é longa e até que não é fraca.

Dito isso, então, fui bem tranquilo e todo “tarimbadão dos shows” ver Nick Cave & The Bad Seeds no Victoria Park em Londres, este do festival All Points East.

Obviamente esperava um grande show. Não ser de-vas-ta-do pela apresentação absurda de um veterano com dotes de cantor-hipnotizador e uma banda linda, estilosa, excelentes músicos, surpreendente na recriação da “atmosfera Nick Cave” ao vivo, melhorando no palco o que já é muito bom no estúdio. Em um concerto que visitou praticamente toda sua obra de 16 álbuns e 34 anos de estrada, foi um espetáculo visual e sonoro que vai da beleza ao caos hipnotizando o público que estava ali porque queria muito ser hipnotizado. Nick Cave ao vivo mexe com os sentidos: os nossos olhos vidram, os ouvidos são aprisionados, a boca fica aberta. A voz rouca de Nick Cave, a bandaça cool se matando de tocar atrás dele, o caráter de pregador do cantor transforma em belo um coração destroçado. É a alegria na dor. Sei lá, só vendo. Ainda estou confuso.

Andei lendo a imprensa portuguesa e inglesa a respeito da recente apresentação dele no Porto, dentro do Primavera Sounds, e antes no All Points East, o show que eu vi.

É tudo assim no descritivo: “unexpectedly triumphant”, “furacão”, “uplifting”, “comovente”, “estremecedor”, “para a eternidade”, “All artists are disappointing live after seeing Nick Cave”. Não vou falar mais, então, para não incorrer nas mesmas palavras.

Apenas pegue essa pacoteira de adjetivos e impressões e leve com você no Espaço das Américas, 14 de outubro, em São Paulo, no show do Popload Gig. Para o momento, vai ser o mais próximo que você poderá chegar de um… deus?

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Abaixo, fotos de galera do show do Nick Cave em Londres, no All Points East Festival. Todas de Gareth Durant (@nationuk), a não ser onde indicado.

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Garantimos que o merch do Popload Gig vai ser mais legal…

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E este Nick Cave fase-Birthday-Party?

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Ah, o verão inglês…

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London Fashion Week meets Nick Cave

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Popload Team vendo de perto o que a gente vai ver mais de perto ainda em outubro

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Podia ser dia de show da Lady Gaga, mas não é

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Fãs do Nick Cave no East London vs. blogueiras de moda no Coachella. Quem venceria a Copa dos Looks?

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Hi, how are you?

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Uma camisa dessas, uma IPA numa mão, câmera na outra, Nick Cave indo para o palco. Que dia

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Claramente fãs do Nick Cave

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Estes aqui nem tanto…

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Celebrating Nick Cave and David Bowie (foto @anabeanjean)

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** A imagem de Nick Cave que ilustra este post é do fotógrafo inglês de shows Raphael Pour-Hashemi (@raphph)

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 13/06/2018
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