PJ Harvey, Carolina Dieckmann e Selton Mello. A Globo e o melhor do indie mundial, amigos

>>
***
The xx e Daughter na novela das 9, PJ Harvey na minissérie, Sigur Rós no Black Mirror. É a Popload antenadíssima e em sintonia com a cultura pop nacional (e mundial), digamos.
***

041017_pj_slider

Disponível apenas online no fim do ano passado, estreou no começo desta semana na Globo aberta a série “Treze Dias Longe do Sol”, com Selton Mello e Carolina Dieckmann como protagonistas da trama “repleta de mistério, ganância, covardia e traição”, como diz o release. Nela, um engenheiro (Mello) ganancioso economiza o que pode e o que não pode na construção de uma obra, culminando com o seu desabamento bem no dia em que a filha do dono do prédio (Dieckmann) está fazendo uma visita ao local. Oh-oh. Sem spoilers, já que o resto vocês ainda podem ver na TV (são dez episódios).

Assim como no post de ontem, chegamos aqui pela música.

Apesar de curta, a abertura segue bem a linha das de alguns thrillers da Netflix. Ao fundo, “When Under Ether”, música da musa PJ Harvey, mas em uma versão com voz cavernosa que mistura bem a sua maneira Mark Lanegan, Nick Cave e com um “Q” daquela abertura de True Detective com Leonard Cohen.

A trilha foi feita exclusivamente para a minissérie pelo compositor Beto Villares em parceria com o produtor Érico Theobaldo (que vem a ser o baterista da banda ALDO, uma das favoritas da casa). Veja como ficou e depois a gente continua o papo:

Vale citar que a PJ Harvey herself recebeu a versão para ser aprovada e só então, liberada. “Quando o Luciano Moura, diretor, nos pediu para pensar numa música para a abertura, nós pesquisamos varias coisas e acabamos apresentando uma versão de ‘When Under Ether’ da PJ, mais eletrônica e com guitarras e com o Beto cantando com uma voz bem grave. A versão agradou o diretor e a produção da série e então, eles deram início ao processo de liberação da obra, que passou pela a aprovação da própria autora e acabou rolando”, disse Theobaldo à Popload.

Conversamos também com o “mestre das trilhas” Beto Villares, que recebeu instruções do diretor para que a música “tivesse relação com o estado emocional em que se encontra o Saulo, engenheiro responsável pela obra que literalmente está afundando”, explica. Mas como eles chegaram até essa música especificamente?

“Érico me ajudou bastante na pesquisa da música de abertura, ele que trouxe a ideia de usar ‘When Under Ether’. Tínhamos escutado Leonard Cohen, Nick Cave, Tindersticks e outros, além da PJ Harvey, de quem gostamos muito. Essa canção dela pareceu se encaixar bem demais no clima de torpor e introspecção, se é que é possível estar nos dois estados ao mesmo tempo! Queríamos, porém, uma voz masculina. Penso que principalmente por se relacionar com o Saulo. Aí eu me testei, cantando no tom mais grave que podia, uma oitava abaixo e gostei… e depois o Érico e o Luciano (Moura) também gostaram, e a própria autora aprovou!”

Se para UM episódio do Black Mirror foram criadas 18 músicas (mais sobre isso aqui), entre vinhetas e canções completas, para uma minissérie com dez episódios a dupla chegou a 250 pontos de trilha! “Não é fácil encontrar as medidas dos ‘humores’ que temos que passar como tensão, emoção, suspense, alguns devaneios, depressões, sustos… E nunca é fácil saber se trilha tem que sublinhar ou dar contraste à cena. Se tem que provocar suspense, prever algo, ou deixar para reforçar, comentar depois…”, diz Villares.

Além de Villares & Theobaldo, participaram do trabalho os músicos Zé Nigro, Otavio de Carvalho, Kezo Nogueira, Tami Belfer, Thiago Liguori, Fil Pinheiro, Ingo Andre e Luciano Tucunduva. O quarteto de cordas foi formado por Betina Stegmann, Nelson Rios, Marcelo Jaffé e Bob Suetholz.

>> Aqui, uma versão em áudio mais longa do que a que aparece na minissérie, com exclusividade para a Popload! Até o fim do mês ela estará disponível pela Som Livre:



Check this out on Chirbit

E abaixo, a original:

>>

MITSKI – horizontal miolo página
MITSKI – inner fixed
INTERPOL – inner fixed mobile