R.I.P., mundo. O Daft Punk acabou (sem tocar no Bar Secreto)

R.I.P., mundo. O Daft Punk acabou (sem tocar no Bar Secreto) Foto: divulgação

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* A instituição francesa Daft Punk, heróis da música eletrônica desde que a música eletrônica chegou às massas, anunciou, em vídeo reaproveitado muito bem para a ocasião, seu fim.

Não que se estivesse esperando muita coisas mais da incrível dupla Guy-Manuel de Homem-Christo e Thomas Bangalter, capacetados e capacitados, robôs ainda que “humans after all”, duo que sempre soltou fundamentais álbuns bem intervalados. Mas a notícia doeu como uma morte de um ídolo. De certa forma foi.

“Que mundo triste para se viver é um que não tenha o Daft Punk”, disse muito bem um amigo músico, inconformado com a novidade triste. Ainda mais depois de ver o espetacular vídeo da “morte” do DP em adaptação (ou apropriação) de um vídeo antigo deles de 2006, este aqui de sete minutos e boa parte silencioso. Até que um deles explode. E o outro ruma ao infinito, para ver se encontra o sol.

Até no passamento desta para melhor (só se for para eles) o duo é artsy.

O Daft Punk é de 1993, chacoalhou a eletrônica como pioneiros, aproximaram os indies das pistas e vice-versa, e lançou quatro discos fundamentais: “Homework”, de 1997, pegando carona em Prodigy e Chemical Brothers na electroinvasão aos EUA; “Discovery”, 2001; Human After All”, de 2005. O último deles, “Random Access Memories”, foi lançado lááá em 2013, carrega o hino pegajosíssimo “Get Lucky” e tem participações gigantes em músicas idem tipo Giorgio Moroder, Nile Rodgers, Julian Casablancas, Panda Bear, entre outros.

Uma das histórias mais saborosas do Daft Punk envolvendo o Brasil, além de eles terem tocado aqui no Tim Festival de 2006, no caso paulistano com a pirâmide enfiada dentro do Tom Brasil, foi uma boataria não concretizada de uma possível festa deles no Bar Secreto, clube inesquecível em Pinheiros, São Paulo, onde várias festas com famosos aconteceram por lá (Madonna, Bono, Arcade Fire, REM…).

Surgiu no Twitter, numa sexta-feira, em época da edição 2010 do festival Planeta Terra, sdds. A dupla estaria em São Paulo (foi vista no hotel Fasano) e daria uma canja no show do grupo francês Phoenix, no evento, no sábado. O Daft Punk, por aquelas semanas, já tinha aparecido em um show do Phoenix em Nova York, então a conexão sonhadora paulistana estava bem fundamentada.

Acho que até me lembro de ter visto foto deles em São Paulo naquela semana, mas já não sei se vi mesmo ou se estou imaginando.

A notícia ganhou um galope absurdo quando, para “melhorar”, disseram depois que naquela sexta-feira eles fariam uma discotecagem no Bar Secreto, reduto incrível de festas intensas de SP que não existe mais. O “Daft Punk no Secreto” levou muuuuuuita gente ao local. Mas eles não apareceram nem no clube, nem no Planeta Terra.

Falações do Daft Punk no Brasil não eram lá coisas tão absurdas assim. O pai do Thomas Bangalter, um dos Punk, tinha (ou tem ainda, sei lá) uma pizzaria em Caraíva, na Bahia, o paraíso dos influencers. Se foi esperto como os franceses o são, já caiu fora de lá. E parece também que, além da pizzaria baiana, ele mora (ou morava) em Belo Horizonte. Não era raro os papos de que o Thomas estava no Brasil. Contamos essa história aqui.

Aliás, aqui nem somos muito de saudosimo pelo saudosismo. Mas que falta fazem o Planeta Terra, o Bar Secreto e, agora, o Daft Punk.

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 22/02/2021
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