Shhhhh! Veja como foi o Popload Gig com RHYE, em fotos e vídeos

Shhhhh. Muita calma nessa hora.

Aconteceu ontem a 42a edição do Popload Gig, com a banda RHYE, em São Paulo. Misterioso quando lançou seu primeiro single, anonimamente, o grupo foi relaxando aos poucos e uma de suas metades foi se revelando mais que a outra: a do talentoso cantor canadense Mike Milosh. A outra metade, composta pelo dinamarquês Robin Hannibal, entra em ação à distância, produzindo, compondo e gravando como Rhye, mas não excursionando com ele (o multi-instrumentista tem um problema sério no ouvido e evita longas turnês).

Ao vivo, Milosh dá corpo ao enigmático som do duo com mais cinco músicos, incluindo aí metais e cordas. Lindo de ver. A banda surpreendeu quem esperava uma apresentação mais eletrônica e menos orgânica, e conseguiu recriar muito bem as sutilezas do disco de estreia “Woman”. Mais lindo ainda é perceber o esforço mínimo que ele faz para atingir as notas quase impossíveis do álbum. Delicada, sensível, a “voz de Sade” do cantor soa perfeita como em estúdio.

O clima das apresentações costuma ser intimista: velas, escuridão, silêncio total, concentração. O vocalista chegou a cancelar uma entrevista que daria no dia do show porque preferiu “ficar em silêncio” e poupar a voz. Justo.

No palco paulistano, faltaram as velas. Antes do show, avisou que não gostaria de flashes nem de luzes brancas na direção da banda. Durante o show, pediu ainda que desligassem as luzes verdes que compõem o cenário do Beco 203. Também faltou silêncio. A plateia, empolgada com a apresentação, tentava acompanhar com palmas e gritinhos de felicidade que visivelmente incomodavam a concentração de Milosh entre uma música e outra. E muitas conversas paralelas atrapalhavam até quem estava do lado do palco. Ele chegou a pedir silêncio vários vezes (acompanhado de um sonoro e longo e quase interminável coro de “shhhhhhhhhs”), sem sucesso. Quando finalmente conseguiu, achou que o barulho vinha do bar e pediu que o barman também ficasse quieto (!). Até que desistiu e saiu do palco antes da última música do show acabar, voltando para terminá-la apenas quando as vaias começaram.

Uma pena ter acabado assim (alguém aí também teve flashbacks de Kings of Convenience?). Foi realmente um show lindo em vários aspectos. No fim, sem climão: após a apresentação, Milosh e público fizeram as pazes e ele acabou passando o resto da noite sentado no palco conversando com os fãs. <3 Acima, alguns momentos da noite em imagens do fotógrafo Oswaldo Corneti, que conseguiu o impossível no meio da escuridão (sem flash!). Vídeos da noite:

MITSKI – horizontal miolo página

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Postado por Lúcio Ribeiro   dia 16/11/2015
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