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* O ano começa com tudo na gringa. Ou, vá lá, quem começa com tudo é o nosso Top 10 de sons novos internacionais. A gente deixou passar duas semanas e pronto, já falta espaço na hora de listar as dez melhores músicas das primeiras semanas do ano. Mas foi fácil escolher o primeiro lugar: The Weekend vem para cima com um disco daqueles, que ganham múltiplos Grammys, premiação famosa por esnobar o trabalho de Abel Tesfaye, o nome real do homem. Quem vai esnobar quem agora? E aos poucos a gente vai organizando tudo. Vamos.
1 – The Weekend – “Is There Someone Else?”
No poderoso novo álbum do The Weekend é difícil escolher uma só. O que falar de “Out of Time”? Ou de “Here We Go Again”, com Tyler, The Creator? Por agora a gente fica com a viciante “Is There Someone Else?”, um conto de cíúme sob com uma produção viciante. A vontade é morar naquela abertura.
2 – Fontaines D.C. – “Jackie Down the Line”
E a nossa banda predileta prepara o lançamento do seu terceiro álbum, “Skinty Fia”. E pelo primeiro single será que vamos ter os irlandeses flertando mais com o pop pela primeira vez? Após o sombrio “A Hero’s Death”, temos “dododos” e “lalalas” e até um violãozinho que chega a segurar a música praticamente sozinho em um momento. Que coisa linda.
3 – FKA Twigs – “Oh My Love”
São muitas as boas faixas que a FKA Twigs soltou na sua mixtape para não pirar, “Caprisongs”. Difícil escolher uma, mas que tal essa onde ela sofre por amor por conta de algum mala sem alça e toma uma orelhada muito afetuosa de uma amiga para se dar o devido respeito? Além do bom papo da música, tem um refrão gostoso de ouvir.
4 – Kae Tempest – “More Pressure”
Kae Tempest, que alterna seu trabalho entre a música e a literatura, vai lançar seu novo álbum em breve. “The Line Is a Curve” sai em abril. Até lá dá para curtir seu feat. com Kevin Abstract, um dos fundadores do Brockhampton.
5 – Yard Act – “Rich”
Em mais um ano em que o pós-punk inglês promete ficar firme por conta de bandas como o Yard Act, a grupo de Leeds adiou o lançamento do seu esperado debut. Mas em compensação chegou com um single que conta muito sobre a banda e seu indie falado em cima de som minimalista. A música “Rich” é um poço de ironia. Já nos primeiros versos você percebe: “Quase por acaso, me tornei rico/ Através da recompensa contínua por mão de obra qualificada no setor privado/ E uma genuína falta de interesse em coisas caras”. E: se resta dúvidas, eles deixaram mais explicadinho no Instagram da banda: “É basicamente dizer, vamos ter alguma simpatia por todos os milionários por aí, porque é difícil para eles também. Obviamente, não é sobre isso (…) Além disso, devo deixar bem claro aqui que não estou defendendo de forma alguma os ricos. Eles merecem todo o pau que recebem, ricos bastardos”.
6 – Swamp Dogg – “Soul to Blessed Soul”
Swamp Dogg é um veterano da soul music. Na ativa desde os anos 70, há alguns anos ele se aventura na exploração do auto-tune em alguns dos seus discos. Tanto que seu próximo trabalho vai se chamar “I Need a Job… So I Can Buy More Auto-Tune”. Em tradução literal, “Eu preciso de um trabalho. Para poder comprar mais auto-tune”. E o cara usa o recurso de um jeito muito inteligente: “Soul to Blessed Soul” é uma regravação do seu próprio material aditivado do recurso eletrônico. Hit.
7 – Metronomy – “Things Will Be Fine”
Tem horas em que um Metronomy alegrinho é tudo que a gente precisa. E esse é o caso aqui. É uma música impressionante e de outro mundo? Não é. Mas é Metronomy, o que carrega uma vantagem para nós de modo intrínseco. E é bom uma banda que a gente curte mantendo o otimismo. E o som bom.
8 – White Lies – “Am I Really Going to Die”
Já viu aquele meme onde uma casa alegre representa a música e uma casa sombria representa a letra? Funcionaria muito bem aqui com os ingleses do White Lies. “Am I Really Going to Die”, segundo a banda, tem inspirações musicais na era “Station to Station”, a fase punk (no sentido de vida) do gênio David Bowie (cocaína, ocultismo, paranóia) e é “uma narrativa de alguém super-seguro de si que recebe um diagnóstico terminal”, nas palavras de Charles Cave, baixista da banda.
9 – Leikeli47 – “Chitty Bang”
Ainda no hip hop, só que agora nos EUA, a rapper Leikeli47, que costuma sempre aparecer com sua balaclava (“representa liberdade”). É seu primeiro som após um ano de silêncio. Álbum, mixtape? Nada ainda. Misterioso igual ao próprio rapper este lançamento aqui. Claro, bom ficar de olho.
10 – Lucius – “Next to Normal”
Sabe aquele sincericida? Aquele que solta umas bobagens e acaba perdendo amigos? Essa música da banda Lucius, mais conhecida pela dupla de vocalistas Jess Wolfe e Holly Laessig, lança uma ideia sobre esse tipo de pessoa e sobre ela se sentir mais confortável (quase normal) ao lado de alguém especial. Tudo em um clima quase disco e com harmonias vocais de chapar a cabeça de tão viciantes.
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* A imagem que ilustra este post é do músico canadense The Weeknd.
** Este ranking é formulado pelo duo Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.
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