Jovem compositor mineiro que é figurinha carimbada na CENA de Belo Horizonte, o cruzeirense Haroldo Bontempo lançou seu primeiro disco solo.
Chamado “Músicas para Travessia”, o projeto traz o ex-guitarrista do ótimo Mineiros da Lua fazendo uma homenagem a outro instrumento: o violão brasileiro.
O disco foi gravado na Ilha do Corvo, estúdio que é familiar para Haroldo, que por lá gravou registros como “Turbulência”, disco lançado pelos Mineiros da Lua em 2017, e “Nhanderuvuçu”, de seu parceiro Arthur Melo, que saiu um ano depois.
“Músicas para Travessia” dura quase meia hora ao longo de suas 14 faixas e explora a estética musical da Bossa Nova e da MPB, enquanto as composições passeiam por movimentos do barroco mineiro, da vanguarda paulista e do samba. As inspirações partem de nomes da CENA atual brasileira, como Cícero, Ana Frango Elétrico e Rubel.
Há mais ou menos dois anos, a Popload teve o orgulho de oferecer em primeira mão o EP “Turbulência”, da psicodélica e plural banda Mineiros da Lua. Nome já consagrado na CENA de Belo Horizonte, eles chegam neste 10 de junho com “Queda”, o disco cheio de estreia de uma carreira com ascensão meteórica.
Com 9 faixas novinhas, o grupo, que nos últimos tempos dividiu palco com nomes como Boogarins, Mahmed e gorduratrans, explora também sua brasilidade neste seu primeiro álbum, fruto de um amadurecimento nítido dos quatro amigos que refletem sobre os turbulentos tempos vividos.
O álbum, conceitual, teve seu processo inicial com as composições no começo do ano passado e os trabalhos se estenderam até o início deste ano. Com referências nacionais a nomes como Gonzaguinha, João do Vale e Nelson do Cavaquinho, passando pelas influências que vão desde o Clube da Esquina ao Sepultura, e ainda de olho na gringa em figuras como Explosions in the Sky e Daughters, o Mineiros da Lua tentou condensar nestas 9 canções todo o seu arsenal de inspirações musicais.
“A ‘Queda’ é uma experiência para sair do mundo da lua. É sair da caverna de Platão e sentir o ardor dos olhos, causado pela realidade que nos cerca, mas que tentamos tanto evitar”, contam. “O álbum é sobre aceitar a realidade. Aceitar que até poucas décadas atrás multidões se reuniam para assistir enforcamentos, e que esse hábito provavelmente ainda persiste, de maneira adaptada. Aceitar a tristeza, porém, sem o fim nela mesma, identificando a como ponto de partida e, principalmente, aceitando que estamos vivos para fazer a diferença”, completam.
O discão, imperdível, pode ser conferido abaixo. As datas dos shows de lançamento de “Queda” são: 29/06 em BH (A Autêntica com Young Lights e Pata), 30/06 em Mariana/MG (Teatro Sagarana com Wagner Almeida e Kossovo), 14/07 em São Paulo (Estúdio Fiaca) e 21/07 no Rio de Janeiro (Audio Rebel com Amarelo Manga e Tom Gangue).
** Ouça em outras plataformas:
http://bit.ly/QUEDAyoutube
http://bit.ly/QUEDAspotify
http://bit.ly/QUEDAdeezer
http://bit.ly/QUEDAapplemusic
* Direto da prolífera Belo Horizonte, a Popload apresenta hoje, com exclusividade, o primeiro disco dos Mineiros da Lua, “Turbulência”. Uma mistura de psicodelia moderna com longos instrumentais viajantes que foram abraçados pelo selo La Femme Qui Roule, o mesmo de Teach Me Tiger, Moons e do menino JP Cardoso.
Esse lançamento puxado pelo selo também mineiro, com sotaque belga, está chegando com cinco faixas que se completam e criam uma transição chapante entre uma e outra. O disco abusa das referências aos colegas de cena psicodélica (tipo os Boogarins, hoje nossa referência indie-psicodélica mor), além de economizar nos vocais e trazer longos instrumentais cheios de camadas e efeitos.
Esse paralelo entre psicodelia, pós-rock e até poesia vem de uma amizade de quase 10 anos entre Diego Dutra, o baixista, Elias Sadala e Haroldo Bontempo, guitarristas, e Jovi Depiné, o baterista. O quarteto vai fundo em suas experiências cotidianas para narrar cada uma das letras e usa um estilo menos cantado na forma como traz a voz em cada faixa, quase uma poesia musicada. Na real, é a mesma toada: tudo sempre começa com uma boa introdução de guitarras que lembra uma banda gringa velha, até que um vocal de moleque novo entra para cantar, falar, desconstruir.
Das muitas camadas que eles trazem nos mais de 20 minutos de disco, o som pode agradar quem gosta das viagens do Tame Impala, do groove do Badbadnotgood e até das guitarras pesadas do Beach Fossils. Nessa mistura toda, a banda encontra uma forma menos encaixotada de trazer seu som nesse disco de estréia, já deixando sua marca logo de cara e desenhando possibilidades para próximos lançamentos.
Veja bem, esse derrame de influências e estilos acima supercaberia para uma banda como, sei lá, o War on Drugs, tarimbada e já no quarto disco. Mas, no caso do Mineiros da Lua, estamos falando de uma banda cujo integrantes têm entre 17 (Jovi) e 20 anos, o mais velho (Elias).
Se BH já vinha trazendo boas surpresas na cena indie dos últimos anos, com certeza não só não vacila com a estréia dos quatro Mineiros da Lua como pode estar apontando o futuro, com tudo o que está envolvido aqui. Uma banda para manter no radar e acompanhar de perto, pois “Turbulência” já rascunha o que pode estar vindo por aí na interessante nova safra mineira. E, somado a uma coisinha do Sul aqui, uma do Centro Oeste ali, uma do Norte acolá, do que está vindo na própria boa safra brasileira.
** As fotos do Mineiro da Lua deste post e da home da Popload são de autoria de Matheus Schlittler.