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* Uma semana de artistas tão queridos por nós lançando coisas especiais é uma semana e tanto. Mais uma vez chegamos com o top 5 totalmente renovado e com essa característica peculiar: nada de novatos desta vez. Apenas uma turma mais experiente experimentando novos projetos, novos nomes ou mesmo mandando um álbum com o ~polêmico~ título de “Lula”…
1 – GIO – “Nebulosa” (Estreia)
O baiano ex-Giovani Cidreira chega bem alto por aqui com a bonitaça e recém-lançada “Nebulosa”, canção sua com a conterrânea Jadsa no rolê. “Nebulosa” chega dentro de um projeto que Cidreira está iniciando, que envolve um novo álbum, uma websérie que acontece nesta quarta e até uma mudança de nome para GIO, já adotado por aqui e nome com o qual ele já assinava outros trabalhos. “Nebulosa”, que vai estar no álbum “Nebulosa Baby”, a sair em junho, ainda traz a marca da não convencionalidade sonora que marca o ex-Cidreira, mas com um ar moderno e em voga com um pop meio melancólico e para cima ao mesmo tempo. Esta semana é dele.
2 – Lupe de Lupe – “Brasil Novo” (Estreia)
Esperta, achamos, a sacada dos mineiros da Lupe de Lupe de nomear seu novo álbum, uma reflexão sobre o Brasil, de “Lula”. Que personagem da nossa história consegue reunir nosso melhor e nossas contradições? Ao nomear cada música como uma cidade, neste disco que acaba de ser lançado, a banda percorre este país como o ex-presidente percorreu algumas vezes atrás não só de respostas, mas de questões. Por que no Brasil tem moleques tocando pensando som em uma formatação gringa que é a banda punk, guitarra, baixo e bateria? E quanto eles produzem um som que só poderia ser brasileiro? Isso para ficar em uma das muitas questões. Um disco irregular, mas muito bom quando é bom, que é para ser absorvido devagar. Até porque ele é um tanto longo para os padrões atuais, quase uma hora. Mas vale prestar atenção quando artistas tão atentos e cuidadosos preparam algo com essa ambição.
3 – Rodrigo Campos, Juçara Marçal e Gui Amabis – “Ladeira” (Estreia)
Em 2017, o trio se reuniu em torno de letras de Nuno Ramos, que por sua vez foi inspirado em uma obra de Camus para os “Sambas do Absurdo”. E agora Campos&Marçal&Amabis voltam com “Sambas do Absurdo II”, a partir deste single que tem letra de Rómulo Froes e indica que no álbum não teremos a ideia do primeiro disco com músicas com o mesmo título. Atenção para os próximos passos do trio e também pelo álbum solo da Juçara, que já está prometido para breve. Turma muito boa.
4 – Zé Manoel – “Como?” (Estreia)
Não é segredo o quanto amamos o som do Zé Manoel e em especial seu disco mais recente, “Do Meu Coração Nu”. Quando esse álbum ganha para sua edição em LP uma faixa extra, é bem lógico que provavelmente a gente passe a amar essa faixa tanto quanto todas do álbum. E foi o que rolou. Em “Como?”, Zé regrava uma composição do gaúcho Luís Vagner conhecida na voz do pernambucano Paulo Diniz. Belíssima versão. Nos ganhou facinho.
5 – Os Amantes – “Linda” (Estreia)
Promete esse grupo formado pelos paraenses Jaloo e a dupla da Strobo (Arthur Kunz e Léo Chermont). Com um lançamento pontual lá em 2019, eles estão de volta de olho no primeiro álbum. Já são dois singles, “Batismo” e “Linda”, a mais recente e dona de um balanço e potência que não estranhe se ela furar a bolha mais alternativa e alcançar novelas e demais programas de televisão. A gente fica na torcida para essa música ser grande, do tamanho dela.
6 – Rashid – “Diário de Bordo 6” (1)
Em seu sexto diário de bordo, uma série de músicas onde Rashid opta por longos textos sem refrões para dar uma situada na sua vida pessoal e ao seu redor, de seu bairro a todo o seu país. A mira está, principalmente, na escalada de violência recente vista na atuação do governo na pandemia e em outras frentes. “Porque esse governo de morte foi o atalho pra bandeira ficar vermelha/ Do sangue do povo”, versa Rashid, que ainda conta aqui com o apoio do músico Chico César. São 5 minutos só de punchlines certeiras.
7 – Isabel Lenza – “Imenso Verão” (2)
Um música outonal com verão no título. Uma música que parece triste, mas não é, com uma letra que parece amargurada, mas não é. A cantora paulistana Isabel Lenza a considera “debochada”, para alguém que quer o perdão dela, mas não faz nada para merecê-lo. E é assim que começamos a conhecer “Véspera”, futuro segundo álbum de Lenza, quatro anos após a sua estreia.
8 – Rodrigo Amarante – “Maré” (3)
Em sua segunda aventura solo, o hermano mais atirado na carreira reaparece em “Maré”, com uma sonoridade ensolarada que lembra os verões iluminados de seu projeto Little Joy, um aspecto que ele deixou meio de canto em seu primeiro disco sozinho. No papo da música, reflexões “sobre como o desejo, nossos sonhos e pesadelos moldam nosso destino, a graça e o terror disso”. A maré que leva é a maré que traz, ele canta. Quem sabe se a gente não sonhar melhor, agir melhor, as coisas não mudam?
9 – Rincon Sapiência – “Cotidiano” (4)
Dos nossos rappers mais atentos, Rincon se atualiza em um som que tem toque de funk e fala de moto. Ele está de olho em uma tendência forte no funk atual que é o “consciente”, que não aborda tanto sexo, mas fala de superação, encarar problemas sociais e outros dilemas das quebradas brasileiras, aproximando o gênero do rap, uma união antiga que ficou de lado por uns tempos, mas vem sendo retomada. Rincon está ajudando nessa ponte.
10 – Saulo Duarte com Luedji Luna – “Lumina” (5)
A nova canção de Saulo Duarte com participação de Luedji nos vocais e metais certeiros da turma do Bixiga 70 é uma inspirada mensagem de que a mudança, um novo dia e toda energia para ele está em nós. Que esperança e força só podem partir de dentro de nós. É desse nascer do sol que ele canta aqui, após identificar em pequenos detalhes mensagens poderosas que lhe trazem saudade, ancestralidade, africanidade e verdade.
11 – Anitta – “Girl from Rio” (6)
12 – Gustavo Bertoni e Giovanna Moraes – “Como Queria Te Deixar Entrar” (7)
13 – Lupe de Lupe – “Coromandel” (8)
14 – Jupiter Apple – “Cerebral Sex (The Apple Sound)” (9)
15 – Salma e Mac – “Amiga” (10)
16 – Yung Buda – “Digimon” (11)
17 – Hierofante Púrpura – “Na Terra das Cartas” (12)
18 – AKEEM MUSIC – “Eu Já Amei uma Ginasta” (13)
19 – Plutão Já Foi Planeta – “Depois das Dez” (14)
20 – Duda Beat – “Meu Pisêro” (15)
21 – FEBEM – “Crime” (16)
22 – Aquino e a Orquestra Invisível – “Os Prédios Cinzas e Brancos da Av. Maracanã” (17)
23 – Boogarins – “Supernova” (18)
24 – Moons – “Love Hurts” (19)
25 – BaianaSystem – “Brasiliana” (20)
26 – Bárbara Eugênia – “Hold Me Now” (21)
27 – NoPorn – “Festa No Meu Quarto” (22)
28 – Jair Naves – “Vai” (23)
29 – FEBEM – “México” (24)
30 – Sophia Chablau e uma Enorme Perda de Tempo – “Delícia/Lúxuria” (25)
31 – Carmem Red Light – “Faith No More” (26)
32 – Jadsa – “Olho de Vidro” (27)
33 – Giovanna Moraes – “Boogarins’ Are You Crazy?” (28)
34 – Yannick Hara – “Raça Humana” (30)
35 – Jota Ghetto – “Vagabounce” (31)
36 – BaianaSystem – “Reza Frevo” (34)
37 – Thiago Elniño – “Dia De Saída” (36)
38 – Luna Vitrolira – “Aquenda” (37)
39 – FBC – “Gameleira” (38)
40 – Mbé – “Aos Meus” (40)
41 – Giovanna Moraes – “Tudo Bem?” (41)
42 – Rico Dalasam – “Expresso Sudamericah” (42)
43 – Djonga – “Eu” (43)
44 – LEALL – “Pedro Bala” (44)
45 – Filipe Ret – “F* F* M*” (45)
46 – BNegão – “Salve 2 (Ribuliço Riddim)” (46)
47 – Ale Sater – “Peu” (47)
48 – Apeles – “Eu Tenho Medo do Silêncio” (48)
49 – Rohmanelli – “Viúvo” (49)
50 – Jadsa – “A Ginga do Nêgo” (50)
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* Entre parênteses está a colocação da música na semana anterior. Ou aviso de nova entrada no Top 50.
** Na vinheta do Top 50, a imagem é do GIO (ex-Giovani Cidreira).
*** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix. Com uma pequena ajuda de nossos amigos, claro.
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