Um momento marcante do Glasto 2019 (parte 2): o dia em que Joe Talbot, o vocalista punk do Idles, desabou em choro

Um momento marcante do Glasto 2019 (parte 2): o dia em que Joe Talbot, o vocalista punk do Idles, desabou em choro Foto: divulgação

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* Joe Talbot é um dos vocalistas mais sui generes do rock atual. Voz das mais roucas, parece que nunca vai sair de sua boca. Mas não só sai bem potente como manda um recado fortíssimo direto para os governantes ingleses, europeus e mundial, por que não?

Talbot é o cantor do Idles, uma das bandas mais legais da cena inglesa nova (estão no segundo disco, o incrível “Joy as an Act of Resistance”, lançado no final do ano passado) e um dos principais representantes dessa chamada cena punk “post-brexit”, que marca com sua música uma posição firme contra o avanço de ideias perigosamente conservadoras que assolam politicamente e socialmente a Inglaterra, para ficar só nesse exemplo.

Eles têm aquela “Danny Nedelko”, que já ganhou post robusto aqui quando foi lançado em single em janeiro, e trata de uma musiquinha protesto maravilhosa sobre a situações dos imigrantes na Europa. Danny Nedelko é um amigo deles, ucraniano, que inclusive tem uma banda punk também, e corre o risco de extradição se essa ideia de Brexit for aprovada hora destas.

Pois bem. Lá estava o Idles fazendo seu grande show no Glastonbury deste ano quando “Danny Nedelko” foi entoada, com total feedback energético da galera, que cantou muito alto, punhos para cima, fez rodinha punk etc.

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Foi lindo demais. Galera enlouquecendo, distorções de guitarra, o mais doido do Idles indo “andar” na plateia e de repente, perto do fim, Joe Talbot para de cantar. Seus amigos seguem seu vocal, mas ele, o vocalista, parou. Ajoelhou, depois se levantou e viu público e companheiros de banda seguindo a música até o final. Quando “Danny Nedelko” acabou e a audiência urrou de êxtase em saudação ao Idles, Talbot desabou. Durante seu choro, até sua mulher invadiu o palco para falar algumas coisas em seu ouvido e beijá-lo.

Obviamente, o choro de Talbot naquele momento mágico do Glastonbury representa um monte de coisas, para ele como banda, com tudo o que ele sofreu recentemente (não foi pouco, morte difícil da mãe e da filha etc.) e por fazer suas palavras soarem fortes num momento mundial tão delicado na política e afins.

Joy as an Act of Resistance, realmente. Que homem esse Talbot!

https://youtu.be/vi8gUnBi6DY

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 01/07/2019
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