Foto: divulgação
Kevin Parker, mente brilhante por trás do brilhante Tame Impala, foi o mais recente convidado da série “What’s In My Bag?”, da icônica loja Amoeba Music, transformando o papo menos em lista de raridades e mais em uma espécie de autobiografia musical.
Gravado na loja de Hollywood, o vídeo mostra Parker revisitando discos que marcaram sua vida. Ele começa com “Freak Show”, do Silverchair, que ele disse ter “ouvido obsessivamente” quando tinha 10 ou 11 anos. Parker contou que o álbum pode ter sido o grande responsável por ele querer ter uma banda de rock, lembrando de tardes trancado no quarto, jogando PlayStation e sabendo “cada música de trás pra frente”, com destaque para a abertura, “Slave”.
Depois, ele puxou um fio mais direto para o DNA do Tame Impala com “A Wizard, A True Star”, de Todd Rundgren, disco que comprou em turnê no Japão. Parker conta que a audição “explodiu a cabeça” da banda e que o lado psicodélico e maximalista do álbum foi influência direta em “Lonerism”, especialmente a partir da faixa “International Feel”.
Num momento um tanto mais vulnerável entrou “A Rush of Blood to the Head”, do Coldplay das antigas, “uma trilha sonora do fim do ensino médio e de um coração partido”. Ele admitiu que, ao se aprofundar no alternativo e no indie, acabou deixando o Coldplay de lado, mas que revisitar o disco anos depois trouxe “uma avalanche de emoção”, com menção especial à faixa “Politik”.
A eletronice apareceu com “Brown Album” (ou Orbital 2), da dupla Orbital, que Parker define como um marco da house experimental dos anos 90. Mesmo sem conhecer cada faixa em detalhes, ele trata “Halcyon + On + On” como essencial nesse universo mais “viajado” de sua carreira.
Na parte mais pesada da seleção, Parker resgatou “White Pony”, do Deftones, que, na época, ele só conhecia por uma cópia gravada por um amigo. Hoje, ouvir o álbum “quase dói”, porque ele contou que é jogado de volta à fragilidade da adolescência.
Do rock pesado, Kevin pulou para a experimentação alemã com “Future Days”, do Can. Parker revelou que a banda expoente do krautrock foi responsável por mostrar que como um grupo pode soar fazendo música eletrônica: sendo repetitivo, hipnótico e orgânico ao mesmo tempo, algo que ecoa diretamente nas camadas sonoras do Tame Impala.
Fechando a sacola veio “Rated R”, do Queens of the Stone Age. Parker brincou que essas músicas o faziam se sentir “drogado antes mesmo de usar drogas” e credita especialmente “Better Living Through Chemistry” por mudar sua forma de tocar guitarra. Com Josh Homme, ele diz que aprendeu que o rock pode ser pesado, mas também disciplinado, controlado e, nas palavras dele, “sexy”.
Abaixo, o vídeo completo do Kevin sendo simpático e fofo.
Listinha do Kevin:
Silverchair – Freak Show
Todd Rundgren – A Wizard, A True Star
Coldplay – A Rush Of Blood To The Head
Orbital – Orbital 2 (The Brown Album)
Deftones – White Pony
Can – Future Days
Queens Of The Stone Age – Rated R