Popnotas discos – A volta pós-punk do Suede. Mais um álbum lindão do Big Thief. E o adeus para valer do Saint Etienne

*** Sexta-feira de altos lançamentos bons. O Suede, ícone do pré-britpop, ainda com certos resquícios do glam rock no meio, soltou hoje seu aguardado “Antidepressants”, sucessor de “Autofiction”, que saiu em 2022. O disco é produzido por Ed Buller, colaborador da banda desde os tempos de “The Drowners” (1992). Em um resumo sobre o novo projeto, o desbocado vocalista Brett Anderson resumiu onde se encontra o espírito da banda no momento. “Se Autofiction foi nosso disco punk, Antidepressants é nosso disco pós-punk. É sobre as tensões da vida moderna, a paranoia, a ansiedade, a neurose. Todos buscamos conexão em um mundo desconectado. Este é um álbum de músicas quebradas para pessoas quebradas”. O resultado ficou bem bom, como pré-anunciavam os singles lançados nos últimos meses. O Suede vive!

*** Os nova-iorquinos do ótimo Big Thief também soltaram hoje seu sexto álbum de estúdio, “Double Infinity”. O trabalho sucede o aclamado “Dragon New Warm Mountain I Believe In You”, lançado em 2022, e marca a nova fase do grupo agora em formato de trio, após a saída do baixista Max Oleartchik. Gravado ao vivo em apenas três semanas no estúdio Power Station, em Nova York, o disco conta com a produção de Dom Monks e participações de Alena Spanger, Jon Nellen (Ginla), Mikel Patrick Avery (Natural Information Society) e do Laraaji. O single “Incomprehensible”, um dos melhores sons do ano, abriu o caminho para um álbum que mistura delicadeza e experimentação, mantendo a identidade poética do grupo. Após uma temporada dedicada a projetos solo com Adrianne Lenker (Bright Future, 2024), Buck Meek (Haunted Mountain, 2023) e James Krivchenia (Performing Belief, 2025), o Big Thief agora soltou essa pequena obra-prima junto.

*** Para fechar, não poderíamos deixar de prestar nosso pequeno tributo ao trio britânico Saint Etienne, que lançou hoje aquele que anunciaram como seu último disco: “International”. O álbum de despedida é introduzido pelo single “Glad”, co-escrito e co-produzido por Tom Rowlands, dos Chemical Brothers, com participação de Jez Williams, do Doves, na guitarra. As colaborações especiais, inclusive, dão o tom da festinha do adeus, já que o álbum ainda conta com colaborações de nomes como Confidence Man, Erol Alkan, Vince Clarke, Nick Heyward, Paul Hartnoll (Orbital) e Tim Powell (Xenomania). Desde o inicinho dos anos 90, quando surgiram com o seminal “Foxbase Alpha”, os londrinos ajudaram a definir uma era do indie-pop britânico, sempre com um pezinho em electronices sofisticadas. Um bom jeito de se encerrar um ciclo de respeito.