Popnotas discos – Miley Cyrus indie. Ty Segall ensolarado. Matt Berninger na escuridão. Temos lançamentos para todos os gostos nesta sexta

Popnotas discos – Miley Cyrus indie. Ty Segall ensolarado. Matt Berninger na escuridão. Temos lançamentos para todos os gostos nesta sexta Foto: divulgação

*** Sexta-feira é dia de passar a limpo os lançamentos da semana e este 30 de maio de 2025 está um tanto eclético e meio fora do lugar. Começando por Miley Cyrus, que depois de assombrar o mundo pop com seu megahit “Flowers”, resolveu virar a chavinha e escolheu um caminho mais pessoal e menos óbvio. Ela soltou “Something Beautiful”, seu novo álbum que abraça um mundo estranho, é introspectivo e, veja bem, é indie.Co-produzido ao lado de Shawn Everett, o disco se desenha como uma viagem livre pelos recantos mais excêntricos da mente criativa de Cyrus e conta com participações inusitadas, como Brittany Howard (Alabama Shakes), Naomi Campbell (sim, ela) e o baterista Maxx Morando, namorado da cantora. Os estilos também passeiam livremente com ecos de pop country, soul e R&B, tudo costurado com um toque que beira o psicodélico. “Os Beatles, Elvis, Bowie, Prince, Madonna… todos são artistas pop, e isso me inspira”, disse Miley à Apple Music, justificando sua abordagem plural. Por essa você não esperava…

*** Quem também está na área é o grande e onipresente Ty Segall. Conhecido por suas explosões de garage rock e psicodelia repleta de camadas, o cantor mostra uma nova face em “Possession”. O álbum, feito em colaboração com o cineasta Matt Yoka, reúne um conjunto de histórias excêntricas sobre personagens à margem da sociedade, tipo cleptomaníacos compulsivos, exploradores urbanos e almas perdidas, como o próprio tenta descrever. Mais contido do que os trabalhos anteriores de Segall, mas não menos inventivo, disco é carregado de faixas que transitam entre grooves suaves como em “Fantastic Tomb” e momentos que ecoam o rock clássico à la David Bowie, como a faixa-título. Um disco ensolarado. Mas iluminado pelo sol de um mundo paralelo do Ty.

*** Em contraponto ao solar Segall, temos o distinto líder do The National, Matt Berninger, entregando um mergulho profundo na própria alma em “Get Sunk”, seu segundo álbum solo. Composto durante sua mudança de Los Angeles para Connecticut, o disco surgiu após um longo período de bloqueio criativo e muitas noites de insônia, numa espécie de “travessia emocional”, como ele descreve. “Me sentia afundando na minha própria voz. Esse disco foi uma tentativa de encontrar um novo jeito de me comunicar”. Gravado em um estúdio montado em seu porão, o álbum conta com a participação de nomes como Meg Duffy (Hand Habits), Booker T. Jones, Julia Laws (Ronboy), Kyle Resnick (The National, Beirut) e membros do The Walkmen. Lo-fi, intimista, obscuro e vulnerável. Indie triste do jeito que deixa a gente feliz.

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Terreno Estranho – horizontal fixo Mark Lanegan