Top 10 Gringo – O ranking perfeito não exi… Pódio da semana tem o grande Black Pumas, o absoluto Al Green fazendo Lou Reed e duas da Mitski

Semana de grandes notícias para a música internacional. A volta do Black Pumas é uma delas. Duas novas da Mitski sedimenta seu próximo disco, que está por sair. Tem os velhos e bons Blur, Green Day e Sonic Youth aprontando. Soccer Mommy cantando Taylor Swift em um karaokê particular. E o moço ativo do fenomenal Parquet Courts trazendo novidades. Que ranking é este?!?!

O Black Pumas voltou! Após sua elogiada estreia em 2019, Eric Burton e Adrian Quesada estão novamente reunidos e chegam com tudo! “Chronicles of a Diamond”, o álbum, está programado para 27 de outubro e seu primeiro single “More than a Love Song” oferece um bom resumo do que pode ser o disco. Um tanto de rock, um tanto de gospel. Suavidade e gritos, gritos esses que chega já na abertura derrubando o ouvinte com gosto. E é impressão nossa ou essa mixagem está absurdamente alta? A gente precisou baixar o volume dos foninhos, hehe. Estouro. 

Aos 77 anos e ainda dono de uma das vozes mais bonitas do mundo, o reverendo Al Green lançou essa versão um tanto soul e um tanto gospel de “Perfect Day”, clássico do grande roqueiro Lou Reed. Nas palavras do reverendo, a composição de Reed é daquelas com o poder de mudar o “mood” do dia imediatamente. Com Al Green nos vocais, o efeito é multiplicado.

A gente já tinha amado a nova “Bug like an Angel” da Mitski e agora estamos alucinados com a duplinha bem complementar “Star” e “Heaven”, que farão parte de “The Land Is Inhospitable and So Are We”. Respectivamente, uma cria mais um climão e é o prenúncio da outra, uma canção mais tradicionalzinha ao violão – tanto que a BBC selecionou ela para sua programação, anotando como “hottest record”. Para deixar todo mundo ansioso pelo álbum. 

Se você é igual a gente e ama Parquet Courts, vai cair também pelo trabalho solo de A. Savage, vocalista e guitarrista da banda. É tipo Parquet Courts, lógico, mas um tiquinho mais direito ao ponto, talvez. Um exemplo disso é a direta e reta “Elvis in the Army”, que só se embaralha um pouco por conta da letra gigantesca com referências a James Joyce e (lógico…) Elvis Presley. A faixa vai estar no segundo trabalho de Savage, “Several Songs about Fire”. Saí em outubro.  

Quando a gente fala que um disco foi feito com violão e voz que som vem na sua cabeça? Dúvido que seja um pop tortão. Mas é assim que é o som de Anjimile, que construiu seu novo álbum, “The King”, praticamente apenas com os dois instrumentos. Tem umas colaborações, mas é ele ali se virando para criar camadas e diferentes sons com pouquíssimos objetos. O violão áspero de “Animal” adianta um tanto dessa ousada busca por timbres inéditos. Interessante demais.  

“Karaoke Night” é o nome do próximo EP da querida Soccer Mommy. O conceito é bem óbvio, né? Regravações de canções que ela ama cantar nas noites de folga com os amigos. E, como pede uma boa noite de cantoria, o repertório é maluco: tem Sheryl Crow, Pavement, R.E.M e, lógico, Taylor Swift. E dá para notar que a Soccer Mommy é bem fã: “I’m Only Me When I’m with You” original é uma bônus track do primeiro álbum da Taylor! Coisa de quem conhece.  

Breve e boa a nova música da turma do Mansions, dupla de Seattle dona de uma discografia meio espaçada, mas bacana. Não confunda com o Mini Mansions – banda parceira do Arctic Monkeys. A pegada por aqui é um indie garageiro de responsa, flertando com aquele lo-fi americano frito e sempre agradável aos (nossos) ouvidos.

2011, o ano em que o Sonic Youth se desmanchou. E acabou logo após um show no Brasil! Mas antes disso, meses antes, se apresentaram pela última vez em sua Nova York. E é esse registro que está no álbum ao vivo mais recente do grupo – que embora acabado, quase toda semana recupera algo do seu rico acervo. É um setlist absurdo, cheio de músicas que a banda não tocava há anos, na época. Ok, abrem espaço para uma mais famosa – “Sugarkane”, que também andava fora do setlist. Mas um hit nunca é um hit na mão do Sonic Youth e tome uma versão de SETE minutos com uma bela sessão de improviso no final. 

“Stick and Stones” é um extra que o Blur jogou na versão deluxe do seu novíssimo “The Ballad of Darren”, luxo atualmente diluído em um álbum repetido no feed da sua plataforma de streaming confundindo todo mundo. Reclamação feita, gostamos da música, que tem a presença bissexta no vocal principal do guitarrista Grahan Coxon. A pegada meio “Somebody That I Used to Know” pode enganar: a música depois segue por outros caminhos e agrada. 

Extras de álbuns costumam ser coisas muito específicas para fãs muito obsessivos, mas às vezes vale dar um check por ali. É o caso do disquinho que o Green Day soltou com as demos gravadas de maneira caseira para o clássico “Dookie”, que completa 30 anos e vai ganhar logo uma daquelas caixas de luxo. É curioso notar o quanto algumas músicas já estavam bastante pronta, enquanto “Basket Case”, por exemplo, aparece sem sua bateria, com um rascunho de letra e com muito ainda por ser feito. Não é fácil construir um hit.  


* Na vinheta do Top 10 Gringo, o duo Black Pumas.
** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.

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