Top 50 da CENA – A Sophia o que é de Sophia: o topo. O rock de Alzira E e a grande volta do Babe, Terror. Semana de gala no ranking

Você aguentou o calor para ver a Sophia Chablau e uma Enorme Perda de Tempo no Coala? Este Top 50 é dedicados aos fãs dedicados que tomaram muito sol na cara para ver sua e a nossa banda favorita do momento. 

Em comemoração ao showzão de Sophia Chablau e uma Enorme Perda de Tempo no Coala, precisamos finalmente celebrar o discão “Música do Esquecimento” no primeiro lugar da lista. Segundo álbum de uma banda em fase de crescimento, as camadas sonoras abrem conversa com mais e mais camadas de textos e subtextos. Dos muitos exemplos possíveis, sobressai o bom humor diante do fim do mundo na doce “Quem Vai Apagar a Luz” e seus versos preocupados, digamos. “Quem que vai apagar a luz/ Quando o Sol explodir?/ Quem é que vai contar os cacos?/ E se um novo animal nascer, de dentro do homem nu/ Quem vai chamar família?”. Ri, de desespero, talvez, mas ri. 

A dita civilização que se julga tão avançada é a mesma que acelera o fim do planeta sem saber em que pôr a culpa. Se olhasse no espelho, descobria quem é o predador nessa história. Sabemos cada vez menos encontrar nosso termo, nossa dose, nosso lugar no mundo. Estamos perdidos. E a Mãe Terra dá suas respostas. “Mata Grossa”, novo álbum de Alzira E + Corte, essa parceria que é uma banda, uma unidade da compositora com Marcelo Dworecki (baixo e guitarra), Cuca Ferreira (sax processado), Daniel Verano (trompete, teclado, synth e metalofone) e Fernando Thomaz (bateria), é um grito de emergência, um pedido de atenção. Ou entendemos nossa porção animal, selvagem e parte de um lugar muito maior e que não é o nosso ou esquece. E essa é só uma das leituras deste poderoso álbum de rock de uma banda que não faz rock do jeito que muitos entendem o gênero, mas é roqueira, sim.  

Tem tempo que a gente não fala aqui sobre o brasileiríssimo e um tanto quanto misterioso Babe, Terror. O projeto de um homem-só do paulistano Cláudio Szynkier, que a gente já chamou de “indie-do-indie-do-indie” por criar, produzir, gravar no estilo bed-fi, lançar, divulgar, ser próprio assessor de imprensa, fora emplacar notas altas na “Pitchfork”, soltou álbum novo, o denso e emocionante “Teghnojoyg”, por enquanto só no Bandcamp dele. Em longas músicas, Cláudio cria cenários complexos com narrativas que ficam sugeridas ao ouvinte. “Casa das Canoagens”, por exemplo, parece vir de um passado brasileiro remoto que é invadida por sons futuristas que quebram a paz da canção até se harmonizarem de alguma forma. Nessa onda, o que é passado e o que é futuro aí? O som das máquinas ou de um piano suave? Sem respostas óbvias, por favor. 

“Viajante, um mergulho entre o céu e a terra”, conta Luiza sobre o vídeo novo que ilustra a forte “Viajante”, canção de seu álbum “7 Estrelas | quem arrancou o céu?”. Nublado e misterioso, o filminho traz Luiza no papel da viajante que “encontra guardiãs encantadas que a guiam até o momento de sua transcendência”. 

Alô, interessados em pós-punk com fortes ares dos anos 80. O quarteto Inês É Morta é bem capaz de matar sua sede. A densa sonoridade da banda ainda ganhou mais textura com a participação de um especialista do gênero, o senhor Edgard Scandurra do Ira!.  

Tem músicas que chegam na ferida de um jeito, né? Pega o incômodo descrito por Milliet nos primeiros versos de “Silêncio Brutal”: 
“Às vezes da tudo errado
Parece que não tem saída
Os meus amigos tão ocupados
Com suas vidas normais
Cada um tem seus problemas
Não quero atrapalhar ninguém
Mas tá difícil de aguentar”

Precisa dizer mais algo? Essa é a caneta sincera do compositor que fez parte da banda Memórias de um Caramujo. A letra é reforçada pelo arranjo básico composto pelo próprio Milliet na voz, violão, sintetizadores e baixo e os acompanhantes de luxo: Jarno van Es no piano e Biel Basile na bateria. É especial o jeito que Gabriel remete a uma sonoridade da MPB bem clássica, mas pela maneira bem única de construir suas melodias e frases soa fresco. Coisa rara. 

O período cantando o repertório de Alcione parece ter feito efeito no trabalho solo da Tássia Reis. Este seu novo single é um samba com ares de clássico. A música saúda Jovelina Pérola Negra, Dona Ivone Lara, Carolina de Jesus e Leci Brandão. Mas também lembra do hip hop, primeira e contínua morada do trabalho de Tássia, que amplia seu leque de possibilidades. De deixar ansioso por álbum todo nessa pegada. 

Lá vem a elétrica Ana Frango em um formato menos… elétrica. À beira de uma participação especial no Coala Festival, junto com o veterano fera Jards Macalé, ela solta este segundo single de próximo álbum, “Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua”, a sair em outubro. “Insista em Mim” é daquelas MPB cariocas maneiras, pop para quem vive perto do mar, até com o sotaque carregado para tudo ficar literalmente em casa. Algo bem nostálgico, mas sempre vanguarda nas mãos da Ana Frango. E tem vídeo!

Lúcio Maia, guitar hero da Nação Zumbi, atualmente em pausa, tem uma longa estrada solo. De vez em quando com seu próprio nome, de vez em quando como Maquinado. Em seu mais novo single, agora como Lúcio Maia, ele assume multifunções e vai além de sua famosa guitarra. Segurando baixo, percussão, cordas, gravação, mixagem e produção, “Horas Iguais” é um instrumental psicodélico que remete muito a Jimi Hendrix, sem medo de ser feliz – é o timbre e a pegada todinha de Mr. Jimi. Mas destaque para o diálogo com o arranjo de cordas bonitaço. 

Não é todo dia que o gemidão do zap é inserido numa música com tanta categoria. Mas esse é só um detalhe da música “mais atrevida” da Jaloo, nas palavras dela. “MAU” marca a retomada de Jaloo na carreira solo em uma forte composição sobre instinto animal. Afinal humanos são o quê mesmo, né? A música é o primeiro indício de um disco que promete, só reparar nessa fala da cantora: “Precisamos aprender a caminhar com as nossas sombras. Celebrar e fazer as pazes com ela”. 

11 – Truno – “Blindar” (6)
12 – Pullovers – “Não Se Mate” (7)
13 – Don L – “Lili” (com Terra Preta e AltNiss) (8)
14 – Varanda – “Vontade” (10)
15 – dadá Joãozinho – “Pai e Mãe” (11)
16 – Karen Francis – “Linha do Tempo” (12)
17 – Lupe de Lupe – “Bruna” (13)
18 – Xis – “Arquiteto da Cabeça” (14)
19 – Bebel Gilberto – “É Preciso Perdoar” (15)
20 – Luísa Sonza – “Campo de Morango” (16)
21 – Gabriel Ventura – “A Queda para o Abraço” (17) 
22 – Leves Passos – “Atrás dos Olhos” (18)
23 – Rudriquix – “Admirável Ouvido Novo” (19)
24 – Luna França – “Gira” (20)
25 – Clarice Falcão – “Podre” (21)
26 – Xande de Pilares – “Diamante Verdadeiro” (23) 
27 – DJ K – “Isso Não É um Teste” (24) 
28 – FBC – “O Que Te Faz Ir para Outro Planeta?” (27)
29 – Nina Maia – “Sua” (28)
30 – Gui Hargreaves – “Somewhere to Start” (29)
31 – Garotas Suecas – “Todo Dia É de Mudança” (30)
32 – Mateus Fazeno Rock – “Pode Ser Easy” (31) 
33 – Lirinha – “No Fim do Mundo” (32)
34 – Ava Rocha – “Disfarce” (33)
35 – Terraplana – “Conversas – Ao Vivo” (34)
36 – Holger – “Vida Orgânica” (35)
37 – Zudizilla – “Tempo Ruim” com Don L (36)
38 – Terno Rei – “Mercado” (37) 
39 – Letrux – “As Feras, Essas Queridas” (38)
40 – Wilson das Neves e Rodrigo Amarante – “O Que É Carnaval” (39)
41 – Jadsa e YMA – “Mete Dance” (40)
42 – ÀIYÉ – “OXUMARÉ (Viridiana Remix)” (41)
43 – Rico Dalasam – “Espero Ainda” (42) 
44 – Troá! – “Que Pena” (43)
45 – Marcelo D2 – “Tempo de Opinião” (com Metá Metá) (44)
46 – Luisão Pereira – “Licença” (com Luíza Nery) (45)
47 – Ítallo – “Tarde no Walkiria” (46)
48 – Dj RaMeMes – “Vamo Fuder” (47)
49 – Zé Ibarra – “Vou Me Embora” (48)
50 – Rincon Sapiência – “XONA” (49)


* Na vinheta do Top 50, a banda Sophia Chablau e uma Enorme Perda de Tempo..
** Este ranking é pensado e editado por Lúcio Ribeiro e Vinícius Felix.

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