Cursinho Popload! Aula de hoje: “Para gostar de RADIOHEAD”

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Digamos que, para quem gosta de shows e festivais, o ano começa mesmo só agora. Março é o nosso “fim de Carnaval”, aquela época em que a gente passa a trabalhar dobrado e pegar tudo quanto é freela para poder torrar em ingresso. E vai ser um massacre: tem Lolla, tem Gorillaz, tem o Super Maio!

Pensando nos leitores “indecisos” ou iniciantes, criamos esta seção para que eles possam entender o que vem pela frente. Qual show escolher, o que ver, como se preparar, o que ouvir etc. Didaticamente falando, é como se fosse um breve curso mesmo, dividido em três módulos: Iniciante, Intermediário e Avançado.

*** Uma colaboração do jornalista Vinicius Felix* para a Popload. ***

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RADIOHEAD

A “aula” de hoje é sobre o RADIOHEAD, banda de Thom Yorke que se apresenta no Brasil em abril. O Radiohead fez nove álbuns em um período de 25 anos. São exatamente 100 músicas lançadas. Entre “You”, a primeira do primeiro disco, e “True Love Waits”, a faixa que encerra “A Moon Shaped Pool”, existe um universo que vai da simplicidade pegajosa de “Creep” até o instrumental ambiente de “Treefingers”, uma faixa onde muito pouco acontece.

Para os recém-chegados não é um mar fácil de navegar. Pegue o caminho errado e talvez você nunca entenda a banda. Mas este post está aqui para você que quer descobrir qual é a do Radiohead. Seja porque vai aos shows que vão rolar no Brasil ou só porque está interessado em curtir mais uma das bandas com os fãs mais, herrr, chatos do universo.

Para as playlists, todas as músicas foram avaliadas, mas nem todas incluídas. Afinal, ninguém aguenta uma aula extensa. Uma hora e meia para cada playlist é mais que o necessário.

As escolhas foram feitas para quem não manja nada de Radiohead, mas também pode funcionar para os fãs médios e para os fanáticos. Estou disponível para ouvir considerações e reclamações lá no Twitter @viniciusfeIix. Posso até mexer nas playlists se o papo for bom.

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Iniciante

A playlist iniciante é para quem está habituado só com música pop nesta vida. Comece por aqui se você nunca foi além do formato da canção e nunca deu moral para grande esquisitices estéticas. O foco desta playlist são as canções que têm refrões, que não são longas demais, que não têm longas introduções, que têm um violãozinho bacana, umas cordas, que são calminhas.

Obviamente, o Radiohead não facilita. Algumas têm lá seus momentos agressivos e se estendem um pouco além do que talvez você esteja acostumado. “Just” vai te deixar forte para momentos com muito mais guitarra. “Idioteque” é um começo para os toques mais eletrônicos da banda. Algumas músicas selecionadas não seguem nada do que eu falei até agora, mas acho que elas são ‘de boa’ para você amar a banda de saída. Tipo “Weird Fishes/Arpeggi”, que tocou até em novela. Pensa que esses momentos mais esquisitos na aula inicial são para te preparar melhor para o que está por vir. Afinal, você está começando, mas não é bobo, né? Talvez eu tenha enfileirado muitas músicas mais tristes da banda? Talvez. Radiohead, amigx.

** Músicas desta playlist que talvez rolem no show: “Fake Plastic Trees”, “There There”.

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Intermediário

Ok, você já é um pouco mais versado em músicas estranhas. Tolera longas introduções, músicas enormes, microfonias, mas não está preparado para abandonar algo que sua bisavó chamaria de canção. Você ainda preza por algum sentido nas letras, por timbres cativantes e repetições que agradam o ouvido. É hora de você ouvir músicas do Kid A e do Amnesiac, na minha opinião, os discos mais difíceis deles. Está pronto para passear pelas diversas músicas que vivem dentro de “Paranoid Android”, para o peso da melancolia em “Daydreaming” e para reparar nas semelhanças de “Blow Out” e “Knives Out”.

** Músicas desta playlist que talvez rolem no show: “Paranoid Android”, “2 + 2 = 5”, “My Iron Lung”, “15 Step”, “Identikit”, “Pyramid Song”, “Present Tense”, “Reckoner”, “The National Anthem”, “Nude”, “Street Spirit (Fade Out)”, “Daydreaming”.

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Avançado

Everything in its right place, mas não por muito tempo. Aos poucos, a playlist vai para caminhos muitos esquisitos rítmicos e estéticos. Música ambiente, experimentações eletrônicas, vontade nenhuma de facilitar para o ouvinte. Letras esquisitas (mais ainda, no caso), versos repetidos e repetidos e repetidos, mensagens cifradas ou faixas instrumentais nada convencionais.

** Músicas desta playlist que talvez rolem no show: “Everything in Its Right Place”, “The Gloaming”, “You and Whose Army?”, “Bloom”, “Full Stop”.

“Videotape” está aqui e, embora facilmente se encaixasse na playlist intermediária, quero te mostrar este vídeo do Vox sobre um segredinho da música. É um bônus para quem ficou até o fim da aula!

*Vinicius Felix é jornalista e tem obsessão por playlists.

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 07/03/2018
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