Dossiê Popload: festival Sensacional evidencia no nome os múltiplos rolês da movimentada CENA de Belo Horizonte

Acontece neste sábado em Belo Horizonte mais uma edição do festival Sensacional!, evento com quatro palcos, 38 artistas e três fanfarras tocando “no chão” e que acontece em um parque (Ecológico da Pampulha).

O nome do festival diz muito sobre o que está ocorrendo hoje em dia na CENA de Minas Gerais, na quantidade de bandas e de festivais, tipo este Sensacional!, e até no “drink da moda”, o Xeque-Mate, já servido em festas em São Paulo ou ingerido em alta velocidade até em um festival como o brasiliense Picnik, realizado no final de semana passado na capital do país e em que a Popload esteve.

Donja, Marina Sena, FBC, Lamparina, Moons, Clara x Sofia, Mariana Cavanellas, várias tribos e estilos, dialogam em line-ups diversos mostrando o bom momento do som mineiro. A volta atuante do Pato Fu, as novas andanças de Lo Borges, os eternos shows de despedida do Skank e a última turnê de Milton Nascimento ajudam a jogar luz forte à BH e adjacências.

BH viu recentemente a reestreia em novo endereço e maior em tamanho do hoje principal clube da capital mineira para a nova música (não só: inaugurou com Tom Zé!), a casa de shows Autêntica. Adicione aí na movimentação da cidade os eventos da Híbrido, produtora responsável não só pelo Sensacional! em si como por vários investimentos culturais de lá. Um deles é o Sula Beagá, um exemplo clássico de como a cultura anda funcionando pela terra do Clube da Esquina. Pegue um prédio antigo, no centro de Belo Horizonte, abra os portões de forma gratuita, forneça um bar e um DJ por noite – pronto, temos o principal rolê “pós-pandemia” da cidade até aqui, onde você vai encontrar todo mundo. 

E o número de festivais para uma cidade do tamanho de Belo Horizonte? Conseguimos elencar aqui, além deste que acontece neste sábado, eventos pequenos e gigantescos como o Breve Festival, o Sarará (agosto), o Sonâncias (julho), o Música Quente (que ensaia sua volta ainda este ano), o popesco Planeta Brasil. Se o território for expandido pelas Minas Gerais, existem ainda o MECAInhotim (agosto; anunciou seu line-up nesta semana), o Timbre (Uberlândia) e o novo Festival da Mata (Juiz de Fora).

Para quem é de Belo Horizonte, geralmente, há um claro paralelo entre o crescimento do Carnaval de rua na cidade e a fomentação da cena cultural. Não dá pra saber quem é o ovo e quem é a galinha, mas a correlação está aí.

A lógica é que a cidade está olhando para si mesma, com suas bandas e eventos e shows e noite, e vendo que pode partir dela para qualquer lugar – ocupando, principalmente, espaços que não só o Centro-Sul gourmetizado. Se tem gente disposta a seguir um bloco nos bairros mais afastados, tem também quem está a fim de beber o drink Xeque-Mate, que representa um certo resgate do rum no consumo de galera, vendo um bom show também em muitos cantos mineiros.

O fato é que, nos últimos anos, Belo Horizonte se tornou uma cidade que você vai acabar pensando em visitar.  E, se der tempo, por que não começando por um festival s(S)ensacional?

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* Por Dora Guerra e Lúcio Ribeiro

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