Lollapranóis: o que vai rolar

Lollapranóis: o que vai rolar Irmão do Noel tocou "Listen Up" após mais de 20 anos. Teve ainda "Whatever" e "Bring It On Down".

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* Não acredito que eu consegui emplacar este título na Folha, haha.

* Saiu hoje na “Ilustrada” a apresentação do festival Lollapalooza, evento gigante de música pop nos EUA (baseado em Chicago), que nasceu superindie e itinerante nas mãos de um cabeludo hippie (Perry Farrel, Jane’s Addiction) e chega agora ao Brasil ultramilionário, com apoio da Rede Globo, bem mais misturado nos gêneros, cheio de bandas de todos os tamanhos (mais que 50), umas MUITO relevantes e outras nada importantes (falo de 80% da escalação nacional) para o cenário musical.

* O Lollapalooza Brasil tem um monte de banda boa para ser mostrada aqui, cada qual em seu momento: Foster the People, Friendly Fires, Cage the Elephant etc. Tem atrações “médias” (ou bem boas, mas em um “momento médio”) que compõem bem um festival desse porte. Mas o evento se faz importantíssimo para o HOJE com quatro nomes em particular: Foo Fighters, Arctic Monkeys, Skrillex e Racionais MC’s, hoje.

* Mas, além desse quarteto de atrações, por eleger como sede o saudoso Jockey Club de São Paulo, bem localizado, cheio de alternativas de chegada, bonito, representativo para a cidade. Se bem organizado em seu entorno, o Lolla no Jockey tem tudo para ser incrível. Porque os outros lugares que São Paulo apresenta para eventos desse tamanho, convenhamos, com a exceção do Playcenter que está saindo de cena (parece), diminuem de cara o interesse de se deslocar de casa para ver show, nem que a escalação seja Beatles, Stones, Smiths e Radiohead no mesmo dia. Vamos acompanhar.

* Enfim, os textos “poploadicos” que saíram na Folha hoje, apresentando o Lolla e em meio a entrevistas, mapas e tudo mais, estão reproduzidos (bigger, uncut) aí embaixo.

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Com uma grife poderosa nas costas e promovendo o mais bombástico show do rock mundial hoje, o Lollapalooza Brasil estreia sua marca neste final de semana em SP, testando no país os limites da música atual. A escalação do evento, que acontece sábado e domingo próximos no Jockey Club, é uma mistureba de gêneros e tamanhos, mas o espírito ainda é o da música independente baseada no “superlativo”.
A começar pelo nome, o Lolla BR inaugura a filial no Brasil de um dos mais importantes festivais de música do mundo, realizado em Chicago, EUA, e desde os anos 90 fazendo história na música indie.

Depois de uma ferrenha batalha de bastidor com outras duas produtoras nacionais, a Geo Eventos, braço produtor da Globo e representante do Lollapalooza no Brasil, ganhou a chance de fechar contrato com o Foo Fighters, banda do músico Dave Grohl, ex-Nirvana, e que desde o ano passado, quando saiu em turnê mundial, vem arrastando multidões eufóricas em arenas e estádios, o que fez crescer sua fama de “guitar hero” do rock. Inclusive o Foo Fighters tinha o mesmo 7 de abril marcado para tocar no estádio do Morumbi, em uma outra configuração da vinda de sua turnê no Brasil. Mas o Lollapalooza acabou se tornando mais interessante à turma de Dave Grohl.

A marca “Lollapalooza” foi para as mãos da Geo aqui no país depois da recusa de um outro grande grupo que realiza festivais no Brasil. Esse grupo não queria canibalizar as próprias marcas (fazem dois megafestivais) com um nome forte desses no meio. A Geo foi lá e pegou.
O caminho da realização do Lollapalooza no Brasil pela intenção de internacionalização da marca construída no começo dos 90 por Perry Farrel e porque o país virou um pólo interessante para gringos em relação a shows e festivais de todos os tamanhos.
Mas o arrojo dos chilenos de irem “buscar” o Lollapalooza para a América Latina ajudou o festival a chegar ao Brasil.

O Foo Fighters é a atração principal do sábado. No domingo o headliner é o grupo inglês Arctic Monkeys, em sua segunda visita ao Brasil (tocaram em 2007, no saudoso Tim Festival). Quando apareceu ao mundo, em 2006, a banda realizou a maior façanha de um grupo novo da era da internet: mesmo com o primeiro CD tendo sido vorazmente baixado na rede, quando ele saiu às lojas vendeu tanto que virou o disco de estreia mais rapidamente consumido da história britânica: 360 mil cópias na primeira semana. Mais que o primeiro do Oasis. Mais que Beatles, Pink Floyd, Adele, haha.
Da estreia para cá, quatro álbuns, a banda só cresceu. Amadureceu, experimentou e manteve a identidade. Possui uma das mais poderosas bases de fãs na internet, sem virar pop.

Entre as 50 bandas que tocarão no felizmente resgatado espaço do Jockey Club paulistano, que ganhou concorrência de Anhembi e Interlagos por causa (também) do “skyline” urbano semelhante ao de Chicago (o Perry Farrel odiou o Anhembi, haha), estão ainda os nomes do americano Skrillex e do brasileiro Racionais MC’s.

O primeiro era um moleque feio de cabelo esquisito que tocava em uma banda emo até há pouco tempo. Hoje é o atual superstar da música eletrônica. De posse de um computador, juntou a energia do rock com o dubstep inglês, embalou tudo para as massas e virou o atual superstar da música eletrônica. A descrição é toda confusa, maluca? Ela é mesmo, mais é a mais pura definição para o “Fenômeno Skrillex”.

O Racionais MC’s, espécie de Nirvana do hip hop brasileiro, revolucionou o gênero com um crescente apelo de periferia nos anos 90, até eclodir no excelente disco “Sobrevivendo no Inferno”, que vendeu 1 milhão de cópias sem alardes de mídia, só entre os manos, falando sobre a vida dos manos, para os manos. Ainda assim, atingiu um público absurdo que inclui ainda “representantes” do Itaim Bibi, Moema e Alphaville. Dizem que um disco novo vem aí e músicas novas aparecerão no show, vamos acompanhar. Mas mesmo longe de seu melhor momento, ou de seu momento mais “coeso”, é um Racionais MC’s e Mano Brown segue um assombro. Não dá para desprezar uma banda que, quando surgiu e se criou no universo hip hop, tinha tanta vanguarda, excelência em seu som em cada timbre que exalava, certeiro nas influências, nas referências, letras de um “Morrissey fudido de periferia”. Perto dos Racionais, a grande maioria do que surgiu no país depois de “Sobrevivendo no Inferno” parecia pertencer a uma “segunda divisão” da música brasileira. Os Racionais foram o nosso Barcelona, haha.
Fora que, domingo, no Lollapalooza, atuarão fora de seu habitat, tocando em um festival de “playboy”, sendo que eles eram avessos a festivais e a playboys. Dificilmente seu público costumeiro vai pagar R$ 300 para vê-los.

Fica assim. As “obrigações” do Lollapalooza são:
– Foo Fighters, sábado, 20h30, no palco Cidade Jardim
– Arctic Monkeys, domingo, 21h30, no palco Cidade Jardim
– Skrillex, domingo, 19h, no palco Perry
– Racionais MC’s, domingo, 20h45 no palco Perry

O resto, já que perdemos o complexo de vira-lata, porque as bandas estão vindo aos montes e repetidas vezes (adoro galera no Twitter dizendo coisas do tipo “Já vi o Foo Fighters em Moscou em 2007, então vou passar aqui no Brasil”), é feito de alegrias de festival e coisas para deixar pra lá, como todo bom megafestival (gringo).

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 04/04/2012
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