Para além do Portishead. Beth Gibbons flutua em momento solo e anuncia primeiro disco. Com single e vídeo

Uma música assim de uma cantora como a Beth Gibbons tem tantas camadas que fica difícl querer escrever qualquer uma coisa sem achar que está deixando de falar de outras mil coisas, mas vamos lá.

A mulher que cantou (canta?) no seminal grupo inglês Portishead lançou hoje, dentro de sua carreira solo, um single novo, com vídeo oficial junto, chamado “Floating on a Moment”.

A música puxa o anúncio de sua estreia em disco numa vida além-Portishead. Seu álbum debut, “Lives Outgrown”, sai dia 17 de maio, trazendo dez músicas feitas durante os últimos dez anos, segundo informaram.

Repara em “Floating on a Moment”. Cada vez que você a ouve, parece que instrumentos diferentes vão tomando protagonismo, da linha de baixo que segura a música toda até o “crunch” do dedilhar de cordas de violão que remete à atmosfera típica do Portishead, mas sem as névoas de fumaça que vinha junto.

Desnecessário falar da voz de Gibbons, que se tornou icônica desde que ajudou a formar o trip hop de atmosfera carregada no final dos anos 90, misturando indie com eletrônico num caráter de alta-cultura.

A música é e o disco vai ser pesado, de acordo com o comunicado que veio junto a “Floating on a Moment”. Mas não necessariamente vai ser triste. Talvez.

“Percebi que viver era não ter esperança, e isso provocava uma tristeza que eu nunca tinha experimentado. Antes, eu tinha a habilidade de mudar meu futuro, mas quando você tem problemas com seu corpo, não podemos obrigá-lo a fazer algo que ele não quer fazer”, explica Gibbons. Ok?

Para talvez aliviar a carga emocional do avanço da idade, ela escalou o fera James Ford (Arctic Monkeys e The Last Dinner Party) para deixar algumas barras mais… digamos… pop. Dentro do que a Beth Gibbons pode ser pop. Talvez como o Portishead podia ser indie em 1999.

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