Popload entrevista: Happyness, de Londres

Popload entrevista: Happyness, de Londres Foto: divulgação

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* London calling. Mais especificamente quem chama de Londres é a amiga Isadora Almeida, que está vivendo por lá e ficou fissurada com uma banda nova banda local chamada Happyness, assim mesmo, com o “y” no meio. O trio britânico acaba de ver seu primeiro disco ser lançado agora, o bom “Weird Little Birthday”, que saiu no Reino Unido no meio de junho, com entusiasmadas avaliações em blogs, no “Guardian”, no “New Musical Express”. O Happyness no começo do ano já havia lançado um EP que causou uma certa atração em torno de seu nome. Muito por causa de uma música chamada “It’s on You”, que o Zane Lowe não parou de tocar na Radio One por um tempo.

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Isadora viu uma apresentação do Happyness na loja de discos cool Rough Trade, a do lado West, em Notting Hill, e ainda por cima descolou uma entrevista rápida com os meninos, que você lê logo aqui embaixo.

O Happyness é mais uma banda dessa escola frequentada pelo Yuck de grupos ingleses dos anos 2010 que parecem do rock alternativo americano dos anos 1990. Cujos professores são Pavement, Weezer, Sparklehorse, essa gente linda.

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“O som lo-fi do Happyness é fácil e gostoso de ouvir. Traz aquele sentimento de nostalgia misturado com um fim de tarde no parque. Lançaram há duas semanas o primeiro álbum e para comemorar tocaram numa segunda-feira na Rough Trade West com umas 30 pessoas como plateia todas apertadinhas entre as prateleiras. Conversei com eles um pouco para entender mais sobre essa cria de Pavement misturada com Broken Social Scene que flerta com Yo La Tengo e segue a linha do Yuck”, descreveu Isadora.

E o papo dela com a banda foi assim:

Popload – Quando e por que vocês decidiram formar a banda?
Happyness –
Começamos a tocar juntos faz um ano. E de um jeito bem casual, apenas escrevendo e gravando algumas canções para ver o que ia dar. Fizemos nosso primeiro show sob o nome Haemoglobin para um punhado de moleques de 9 anos de idade, que acharam tudo meio esquisito. Começamos a banda porque descobrimos que gostávamos do mesmo tipo de som. A gente trabalhava durante a semana e então, aos sábados à tarde, íamos num estúdio que fica embaixo de um desses arcos que sustentam uma linha de trem em Bermondsey, no sul de Londres, e ficávamos esboçando algumas ideias com os instrumentos até a gente não aguentar mais. Foi bem assim que todo esse nosso álbum de estreia foi feito. Se você ouvir bem cuidadosamente, de repente você pode ouvir um barulhino de trem ao fundo.

Popload – Por que o nome Happyness?
Happyness –
Não quisemos ser irônicos ou projetar no nome uma marca da banda. É só um nome. A gente tentou vários e até marcamos alguns shows pequenos com nomes diferentes, para testar alguns. Quase escolhemos batizar o trio de Heavy Lid, por causa de uma letra de uma música do Wilco, “She’s a Jar”. Mas desencanamos.

Popload – A influência de lo-fi, shoegaze e noise pop é clara na música do Happyness. Podem falar mais sobre suas influências, sobre as bandas que gostam de escutar e que de alguma forma ajudaram a fazer o primeiro álbum?
Happyness –
A gente curte muita coisa, muita banda, muita galera boa que soa bem colocá-las numa mesma frase. Muito Burt Bacharach, particularmente Dusty Springfield e umas coisas da Dionne Warwick. Cismamos ultimamente com The Glands. E com os ritmos de varios discos do Can. Nosso álbum é bem lo-fi, mas é assim, talvez, simplesmente porque a gente mesmo produziu o disco, na raça. Não é exatamente por uma questão consciente de querer fazer algo lo-fi. Foi o que deu.

Popload – E sobre o processo de criação do álbum? Tem alguma diferença de fazer o EP, por exemplo?
Happyness –
O EP na verdade foi produzido depois do álbum, então quem teve o processo experimental de desenvolvimento, tentativa e erro foi o disco cheio. As duas últimas músicas do EP foram gravadas bem rapidinho, em poucas tomadas ao vivo. Estava tudo pronto na nossa cabeça. Com o álbum nós realmente precisamos gastar todo o tempo do processo, tentamos todos os instrumentos que tínhamos disponíveis. Tinha até uns meio quebrados, encostados no estúdio, que a gente poderia ficar anos tocando com eles para ver o que dava para tirar. Nós achamos lá um gravador velho desses domésticos com umas covers de Beatles gravadas. Resolvemos usar algumas coisas delas porque queríamos tirar umas texturas e sonoridades esquisitas.

Popload – Por que um brasileiro fã de rock deveria ouvir o “Weird Little Birthday”, você diria?
Happyness –
Porque brasileiros também fazem aniversário.

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 16/07/2014
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