Popload nos festivais: Rock Werchter, eclético e cheio de lama

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* As gatas Bruna e a Jode, dupla de amigas que viaja pelo mundo para cobrir festivais de músicas em nome da SUMMER, uma consultoria de viagens focadas em festas, baladas e festivais, continuam o rolê pelo verão europeu. Depois do big Glatonbury, elas foram parar no Rock Werchter, na Bélgica, onde teve de Paul McCartney a James Blake, no fim de semana passado. Abaixo, as meninas contam o que acharam do festival belga.

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Nesse último final de semana rolou o Rock Werchter, um festival belga que cresce a cada ano, e que na edição 2016 contou com um line-up tentador e nós não nos contivemos e fomos conferir se o evento era digno dos grandes da cena europeia.

O evento é organizado a 40km da capital Bruxelas e tem um acesso tranquilo via trem e ônibus, com passagens já inclusas no valor do ticket (que era de EUR 228 para os 4 dias ou EUR 100 para o single day). Foram mais de 150 mil pessoas circulando por lá de 30 de junho a 3 de julho, entre os três palcos. A segurança foi algo bem presente, sendo que para entrar tínhamos que passar por detectores de metal no estilo aeroporto.

Achamos que depois do mar de lama que encontramos na Inglaterra, a Bélgica nos receberia com um tempo melhor, mas nada feito. Na maioria dos dias a chuva ia e vinha (5 vezes ao dia), contribuindo para criar bastante lama e para o “tira e coloca” das capas. Sorte nossa é que dois dos três palcos eram cobertos, e eles acabavam servindo como um refúgio nesses momentos.

Ainda sobre a disposição dos palcos, nos deparamos com algumas peculiaridades (boas e ruins). O main stage, que oferecia várias áreas com ótima vista para os shows, tinha duas grades próximas ao palco como se fossem “áreas vip”, mas que qualquer um tinha acesso, só precisava chegar antes de cada apresentação começar. Elas não chegavam a lotar, o que fazia com que a vista para o palco fosse perfeita. Ver as bandas de perto sem empurra-empurra é o sonho de qualquer fã. Já os outros dois palcos eram cobertos e, mesmo tendo um grande espaço, em alguns shows muito disputados, acabavam lotando e tendo sua entrada controlada ou interditada, o que frustrava os que ficavam de fora.

Um dos palcos cobertos do festival, que servia como abrigo durante as chuvas
Um dos palcos cobertos do festival, que servia como abrigo durante as chuvas

O público do festival era BEM variado, mas percebemos dois principais perfis: jovens e adolescentes que queriam ver os shows das bandas do momento, como Ellie Golding, James Bay, Years&Years, Oh Wonder, Disclosure e também um pessoal mais velho que estava lá para ver artistas que marcaram suas vidas como Paul McCartney, Robert Plant, New Order, Iggy Pop, Guy Garvey e Offspring. Mas em todos os shows tinha um pouco de tudo, e tudo misturado. Percebemos que os belgas são meio “loucos”, do estilo que não dá para saber se estão muito bêbados ou se são daquele jeito mesmo. Chegam conversando, brincando, interagindo e não podiam ver uma câmera ligada que já entravam na frente para aparecer e dar um tchauzinho.

O preço das comidas lá dentro não era muito atrativo. Um lanche (hamburguer, batata-frita, nachos) era encontrado por EUR 6, mas pratos um pouco mais elaborados como Fish & Chips ou Massa variavam entre EUR 9 e 15. A bebida já era mais acessível, um copo de 300ml de cerveja, refri ou água era vendido por EUR 3 e descobrimos a magnífica idéia do recycling, que se você juntava 20 copos, trocava por um desses drinks. Diversas pessoas (assim como nós) ficavam alternando entre ver shows e juntar copos do chão para beber de graça.

Passamos quatro dias acampadas, seguindo o estilo roots que vínhamos do Glastonbury. Um ponto positivo para o evento é que tinha uma área de camping exclusiva chamada The Hive para quem comprasse um voucher de EUR 27, e lá rolava algumas regalias como banheiros, internet, lojinha vendendo itens emergenciais, carregador de bateria e festas durante a madrugada. Claro que nós, como voltávamos mortas depois de cada maratona de shows, só queríamos dormir e não aproveitamos praticamente nenhum dos benefícios.

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Sobre os shows que mais gostamos, cada dia passamos por uma sequência de experiências diferentes. No primeiro começamos com Jake Bugg, que mostrou seu lado mais “homenzinho”, com músicas mais melancólicas e menos pegada country. Ellie Goulding se mostrou MUITO mais animada e com um setlist completamente diferente do que na Inglaterra. Paul McCartney garantindo um show memorável, clássico e bem-humorado. James Blake, tão aguardado por nós, fez uma apresentação bem emocionante, com algumas de suas novas músicas. Chegou até a ficar envergonhado e riu após errar a virada de uma de suas canções que, segundo ele, foi a primeira vez na vida que errava em um show.

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O segundo dia foi com um clima rock. Centenas de pessoas com a camiseta do Rammstein, esperando o último show da noite. Antes disso, vimos o show super fofo do Oh Wonder, o empolgadíssimo Robert Plant and The Sensational Space Shifters e o mega nostálgico The Offspring que estava com a energia nas alturas e criou na pista várias rodinhas no estilo hard rock.
Já o terceiro dia também foi recheado de bandas boas. Courtney Barnett mostrou que está com um show bem mais elaborado e rockeiro comparado ao que vimos em 2014 no Coachella. Vimos Two Door Cinema Club BEM da grade e cantamos todas sem parar, até as novas, com o vocalista Alex Trimble e seu novo corte de cabelo! PJ Harvey com aquele estilo gótico que deu até um medinho de assistir, mas que foi ótimo! Tame Impala arrasando com as músicas psicodélicas, show de luzes e papéis picados. Red Hot Chili Peppers fazendo lembrar diversos momentos da vida com suas músicas mega famosas.

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No quarto e último dia já estávamos bem cansadas, mas tivemos forças para ver o show do The Last Shadow Puppets que foi incrível, James Bay com aquele ar de jovem meio estrelinha, mas que levantou o público com suas músicas do momento. Iggy Pop fazendo aquele show ligado numa tomada 220v. Macklemore & Ryan Lewis trouxeram para o main stage um pouco de hip hop e seus hits como “Hold Us” agitou todo mundo. Acabamos desistindo de ficar para o grand finale, o show da Florence + The Machine, por motivos técnicos\físicos, mas certamente foi um daqueles shows arrepiantes que ela sabe fazer.

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Depois de toda essa maratona de shows, podemos dizer que o Rock Werchter é sim um dos grandes festivais da Europa, mas que segue um estilo mais “moderno” e “organizado” de festival, onde tudo está lá para que você tenha uma grande experiência, mas que não foge muito do padrão de modelo de festivais. Se o lineup te agradar e você quiser ver seus shows preferidos BEM de perto, lá é o lugar certo!!

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Postado por Lucio Ribeiro   dia 07/07/2016
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