Terceiro álbum da artista traz participações de Otto, Ná Ozzetti, Maurício Pereira, Filarmônica de Pasárgada, Barbarelli e Lio (Tuyo).
No final de maio foi lançado pela Dobra Discos o terceiro álbum da artista paulistana Marina Melo, chamado “Ousar Abrir”. De temática introspectiva, o terceiro disco da cantora explora duas dimensões do ser humano: o íntimo e o coletivo. E, para cantar essa narrativa, Marina Melo conta com ótimas participações especiais no disco, de Otto a Filarmônica de Pasárgada a Lio, integrante da Tuyo, além, claro, da produção de Luiza Brina, que traz sonoridades que mesclam a MPB ao pop alternativo.
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O mundo em transformação!
A dimensão coletiva de “Ousar Abrir” se destaca em meio a diversas narrativas da música contemporânea, que muitas vezes se concentram apenas no aspecto individual do artista. Com o disco dividido em Lado A e Lado B, Marina Melo explora essa dualidade entre o interior e o exterior.
No Lado A, a artista canta sobre temas como a infância, o amor romântico, o flerte e a reflexão sobre como o tempo transforma todos os indivíduos. Já no Lado B, Marina traz assuntos mais inusitados, que são da esfera coletiva, como a crise climática, o vício das pessoas nas redes sociais e a especulação imobiliária que assola as grandes cidades como São Paulo. O aspecto coletivo do disco é reforçado pelas participações de outros artistas, como se, junto a Marina, reforçassem os sentimentos e denúncias do disco.
“Essa dualidade está presente desde o meu primeiro disco, “Soft Apocalipse” (2016), que trazia canções doces ao lado de uma forte crítica social” – comenta Marina Melo, que assina todas as canções, entre elas duas parcerias.
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De dentro para fora
Outro aspecto que chama a atenção sobre o disco “Ousar Abrir” é o protagonismo da poética de Marina Melo, que prioriza a importância das palavras na canção, como se as músicas fossem, sobretudo, poemas que foram arranjados em estúdio (arranjos esses que foram feitos por Luiza Brina, artista mineira destaque na MPB contemporânea).
Quanto à sonoridade, o álbum mescla elementos mais acústicos, típicos da música popular brasileira, como o violão, a elementos mais robóticos e eletrônicos, que fazem referência ao som do pop alternativo, como o sintetizador. As nove faixas do de “Ousar Abrir” foram compostas entre 2023 e 2025, período em que Marina se dedicou a um processo profundo de criação, iniciado durante uma residência artística na Casa Líquida, em São Paulo.